Marques Mendes critica silêncio "estranho e insólito" da ministra da Justiça sobre fuga de cinco reclusos de Vale dos Judeus
À TSF, o gabinete da ministra Rita Alarcão Júdice afirma que a governante irá falar quando chegar o momento
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O Ministério da Justiça reitera que a ministra Rita Alarcão Júdice só vai falar sobre a fuga dos reclusos em Vale de Judeus quando chegar o momento. Contactado pela TSF, o gabinete da governante não adianta quando a ministra pretende prestar declarações, sublinhando que os jornalistas vão ser avisados quando esse momento acontecer.
No habitual comentário semanal na SIC, Marques Mendes criticou o silêncio da ministra da Justiça, um silêncio para o qual não encontra explicações.
"É a ministra da Justiça que está em funções. Os governos são para os bons momentos, mas também para os momentos menos bons. Os ministros são para as ocasiões fáceis, mas também para os momentos difíceis. Este silêncio é estranho e insólito, porque a ministra da Justiça já devia ter vindo a público dar a cara, dar explicações e ter esta palavra relativamente ao que aconteceu e relativamente ao que se está a fazer para que esta situação seja revertida. Eu acho isto inexplicável", afirmou.
Cinco reclusos fugiram no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.
A fuga foi registada pelos sistemas de videovigilância pelas 09h56, mas só foi detetada 40 minutos depois, quando os reclusos regressavam às suas celas.
Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
Segundo avançou no sábado a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), uma avaliação preliminar, com recurso a imagens de videovigilância, aponta que a fuga dos cinco homens ocorreu "com ajuda externa através do lançamento de uma escada, que permitiu aos reclusos escalarem o muro e acederem ao exterior".
O Sistema de Segurança Interna (SSI) indicou também no sábado ter sido "agilizada a cooperação policial internacional" para a sua captura.
De acordo com a DGRSP, já foi aberto um processo de inquérito interno, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção, coordenado pelo Ministério Público.
O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, disse hoje que os cinco homens são "gente muito violenta, com enorme capacidade de mobilidade" e que está a levar a cabo uma investigação para saber de que forma ocorreu a fuga e quem está por detrás dela.
Segundo o diretor da PJ, os evadidos "tudo farão para continuar em liberdade", reconhecendo que "o fator vida humana está em causa", alertando para o "grau de complexidade e violência" dos homens.
