Marta Temido responde às críticas e acusa Governo de "impreparação, má-fé e falsidade"
A cabeça de lista do PS às europeias considera que há decisões, como a compra de vacinas, que não podem esperar. "Quem quer fazer avançar as suas propostas tem de estar disponível para o diálogo", sublinha.
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Marta Temido acusou, este domingo, o Governo de impreparação ou má-fé e lembrou que quem quer ter condições para governar deve estar disponível para o diálogo com a oposição.
A cabeça de lista do PS às eleições europeias e antiga ministra da Saúde mostrou-se perplexa com as acusações que o atual Governo tem feito ao anterior Executivo sobre a saúde das contas públicas. No sábado, Luís Montenegro insistiu que existe um défice no primeiro trimestre e acusou o antigo Governo socialista de ter aprovado medidas sem ter "cabimentação orçamental".
Marta Temido considerou que há decisões, como a compra de vacinas, que não podem esperar, sublinhando que este tipo de acusação não promove o diálogo.
"Quem quer governabilidade, quem quer fazer avançar as suas propostas tem de estar disponível para o diálogo. Por outro lado, tem de apresentar as suas propostas de uma forma absolutamente transparente, honesta, defendê-las. Temos tido um discurso, designadamente em alguns pontos que me deixaram bastante perplexa, como as questões da sustentabilidade orçamental e do equilíbrio orçamental, as questões daquilo que é a assunção de despesa com vacinas, por exemplo, como se o país parasse à espera que chegasse um novo Governo para emitir aquisições de vacinas ou de outros aspetos que são essenciais. É, de alguma form,a ou impreparação, ou má-fé e falsidade e, portanto, esperamos passar a um momento a seguir, porque os portugueses estão à espera disso", afirmou, em declarações aos jornalistas na Ovibeja.
O primeiro-ministro acusou no sábado à noite o anterior Governo de ter aprovado resoluções "sem cabimentação orçamental" e assegurou que, apesar do défice do primeiro trimestre, "o Governo vai gerir a situação".
"É verdade, a situação financeira de Portugal não é exatamente aquela que se andou para aí a espalhar nos últimos meses. É verdade que, no fim do 1.º trimestre deste ano, temos um défice das contas públicas, mas garanto-vos que não vamos ter no final do ano", afirmou Luís Montenegro, durante o 175.º aniversário da Associação Empresarial de Portugal (AEP), em Matosinhos.
Relativamente às contas públicas, o primeiro-ministro acusou o anterior Governo socialista de ter tomado decisões "de forma muito apressada".
"É verdade que o governo que antecedeu este tomou várias decisões, entre as quais 116 resoluções do Conselho de Ministros, 43 das quais sem ter cabimentação orçamental, num volume de cerca de 1.200 milhões de euros, isso é tudo verdade, mas também não vou dramatizar a situação, não vou escondê-la, porque é minha intenção não esconder nada, mas não vou dizer que estou assustado", referiu.