Presidente da Câmara de Lisboa lembra que um município por mais forte que seja não consegue combater sozinho os problemas do mercado da habitação. O primeiro-ministro associou-se ao apelo do autarca.
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O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), disse esta sexta-feira, nas comemorações da Implantação da República, que o município "não consegue sozinho combater um mercado de arrendamento sem oferta", uma das preocupações centrais dos portugueses.
No discurso que proferiu nas comemorações do 05 de Outubro, que decorrem esta manhã na Praça do Município, Fernando Medina considerou que não seria possível celebrar "adequadamente a República" se não tivesse "expressão uma das preocupações centrais de milhares de portugueses, a concretização do direito à habitação".
"Um município, por maior e mais forte que seja, como Lisboa, não consegue sozinho combater um mercado de arrendamento sem oferta e um mercado de aquisição em inflação contínua. Esta é uma tarefa do parlamento", afirmou o socialista.
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Para Fernando Medina, "esta é uma responsabilidade de todos, mas é naturalmente maior para os partidos que apoiam a atual solução política".
"A maioria que tantas vezes se formou para assegurar direitos fundamentais que tinham sido postos em causa não pode falhar aqui, no que é fundamental", sublinhou o presidente da Câmara, notando que "já passaram três anos desta legislatura".
O apelo do autarca encontrou eco no primeiro-ministro.
No final das comemorações da Implantação da República, António Costa elogiou a intervenção do Presidente da República, considerando que ligou particularmente bem com o discurso do senhor presidente da Câmara de Lisboa", Fernando Medina, que "demonstrou bem a prioridade" às políticas de habitação.
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"Eu queria-me associar ao apelo que o senhor presidente da Câmara de Lisboa aqui fez, para que a Assembleia da República rapidamente possa aprovar o conjunto de iniciativas legislativas que o Governo apresentou, tendo em vista não só aumentar o número de casas disponíveis para o arrendamento acessível, com forte incentivo para os proprietários as colocarem nesse regime, mas também as medidas necessárias para continuar a afirmar a habitação como um primeiro direito", concretizou.
A habitação, disse António Costa, "é uma boa demonstração de como continuando a concretizar, dia a dia, os direitos fundamentais dos cidadãos", se reforça a democracia, "cumprindo aquele apelo do senhor Presidente da República que é, dia a dia, dar nova vida, mais forte, com maior dinamismo, à nossa democracia".