Milhares de emigrantes impedidos de votar. Rangel fala em "contingência lamentável", CNE diz que é "preocupante"
Em declarações à TSF, ambas as entidades garantem estar a acompanhar a situação
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, diz à TSF que é uma "contingência lamentável" o facto de os boletins de voto enviados para os emigrantes não terem chegado ao destino. O Jornal de Notícias dá conta de que milhares de eleitores não vão conseguir votar por causa desta situação motivada por atrasos nos correios. Países fora da Europa são os mais prejudicados.
Em declarações à TSF, o governante afirma que o processo eleitoral é da responsabilidade do Ministério da Administração Interna e lamenta o impacto destes atrasos.
"Os casos que estão reportados, muitos deles estão resolvidos, outros não. Eu diria que todos se devem a problemas com a administração local dos correios, porque há, de facto, países onde os correios funcionam francamente mal e, portanto, esta é uma contingência muito lamentável e censurável, mas que nem sempre é possível resolver a tempo. Nós estamos a acompanhar caso a caso, os CTT tem tido uma ação muito diligente, sem dúvida, junto dos seus congéneres e julgo que muitas das situações têm vindo a ser resolvidas, de forma a que os boletins tenham chegado a tempo ou cheguem a tempo ainda das pessoas poderem votar", explica.
Paulo Rangel acrescenta que tem de ser encontrada uma solução "segura", como o voto eletrónico, porque esta é uma situação que não é inédita.
Por sua vez, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) assinala igualmente que é "preocupante" que haja emigrantes a não conseguir votar. À TSF, André Wemans admite que conhece alguns problemas "pontuais" e está a acompanhar o processo.
E deixa uma recomendação: "Ir ao portal do eleitor onde podem acompanhar a situação da documentação, do seu envio de voto."
Quanto ao voto antecipado, que decorreu no último domingo, Wemans conta que houve algumas queixas, como um eleitor que duvidou que o seu boletim de voto correspondesse ao seu distrito, contudo "sem incidentes maiores" e tudo "resolvido prontamente".
O porta-voz da CNE garante que está tudo pronto para as eleições do próximo domingo, dia 18 de maio.