Milhares de emigrantes impedidos de votar: responsabilidade atirada para correios. E para quando o voto eletrónico?
Em declarações à TSF, representantes das comunidades portuguesas no Brasil e África do Sul queixam-se da falta de informação que persiste sobre o voto dos emigrantes
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Representantes das comunidades portuguesas na África do Sul e no Brasil justificam o facto de os boletins de votos não estarem a chegar aos emigrantes com as falhas nos correios dos países de residência dos eleitores e defendem como solução o voto eletrónico.
Na África do Sul, só cerca de 10% dos portugueses vão conseguir votar, como explica à TSF Vasco Abreu, o conselheiro da comunidade portuguesa neste país.
Os boletins em papel não chegam a casa dos emigrantes porque "os correios não funcionam", prossegue. É "uma luta com os vários partidos políticos" que não é de agora e o representante fala até "na mudança da lei eleitoral para ter os dois votos em paridade: ou presencial [ir ao consulado], ou postal". O voto eletrónico é igualmente uma solução em cima da mesa.
Os portugueses que queiram votar presencialmente na África do Sul precisam de fazer esse pedido no consulado mais próximo, em Pretória ou em Joanesburgo, mas a informação sobre como acontece o voto no estrangeiro "não foi consistente".
Os problemas nas entregas dos boletins de voto também se fazem sentir no Brasil. São Paulo é um dos estados onde os atrasos são maiores. O conselheiro para a comunidade portuguesa de Santos, um dos municípios de São Paulo, assinala à TSF que o problema no país também passa pelos correios. José Alves avisa ainda que as informações sobre as eleições nunca chegam a tempo aos eleitores portugueses neste país americano.
Os boletins de voto são enviados para uma central em Curitiba e depois é que são distribuídos. Demora muito tempo essa distribuição.
O conselheiro para a comunidade portuguesa de Santos é mais um dos que defende a implementação do voto eletrónico para os portugueses recenseados no estrangeiro.
