Ministério da Saúde foi alertado da situação crítica no INEM antes das greves de outubro e novembro
O relatório, com data de agosto de 2024, apontava que o INEM é claramente a instituição onde se verifica o maior volume médio de horas de trabalho suplementar por profissional de saúde, trabalho que é realizado, sobretudo, por técnicos de emergência pré-hospitalar
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O Ministério da Saúde foi alertado para a situação crítica dos recursos humanos do INEM antes da greve que paralisou o serviço em outubro e novembro do ano passado.
De acordo com a RTP, que teve acesso ao relatório visto pela ministra Ana Paula Martins, o INEM estava a funcionar com base nas horas extra dos profissionais. Em 2022, cada trabalhador do serviço de emergência completou, em média, 428 horas extra.
O relatório, com data de agosto de 2024, apontava que o INEM é claramente a instituição onde se verifica o maior volume médio de horas de trabalho suplementar por profissional de saúde, trabalho que é realizado, sobretudo, por técnicos de emergência pré-hospitalar. Foram esses mesmos profissionais que fizeram greve por causa do trabalho suplementar.
Apesar de ter conhecimento deste relatório, Ana Paula Martins disse na altura ter ficado surpreendida com o impacto da greve, que provocou um aumento do tempo de socorro. As consequências ainda estão a ser investigadas pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que está a analisar se existe relação entre o aumento do tempo médio de atendimento do INEM e as 11 mortes ocorridas durante a paralisação do serviço.
O relatório em causa foi elaborado pelo PLANAPP - Centro de Planeamento e Avaliação de Políticas Públicas, um organismo dependente do Ministério da Presidência que ajuda a planear políticas públicas em várias áreas do Estado.
