Ministério Público vai investigar protesto do Chega na Assembleia da República
Uma queixa anónima que deu entrada na Procuradoria-Geral da República acusa André Ventura de violar o estatuto dos deputados e de vandalizar o Palácio de São Bento. Em causa estão as tarjas penduradas nas janelas do Parlamento, na sexta-feira
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O Ministério Público (MP) vai investigar o protesto do Chega que aconteceu na sexta-feira na Assembleia da República. Em causa estão as tarjas que foram penduradas nas janelas do edifício para protestar contra o aumento de 5% dos salários dos políticos.
De acordo com a SIC Notícias, a investigação do MP decorre de uma queixa anónima que deu entrada na Procuradoria-Geral da República, acusando André Ventura de violar o estatuto dos deputados e de vandalizar o Palácio de São Bento. No documento, ao qual a SIC Notícias teve acesso, é pedido o levantamento da imunidade parlamentar ao presidente do partido e uma audição ao líder parlamentar do Chega.
Na sexta-feira, o Chega colocou vários pendões na fachada do edifício da Assembleia da República contra o fim do corte nos vencimentos dos políticos, que foi aprovado no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano.
As faixas foram colocadas nas fachadas principal e lateral do edifício da Assembleia da República e também no chamado edifício novo do parlamento, estando penduradas em várias janelas, com a inscrição "OE2025 aumenta salários dos políticos. Vergonha".
Além desta inscrição, existem também pendões em tom de vermelho com montagens de fotografias do primeiro-ministro, Luís Montenegro, do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e do líder do CDS-PP, Nuno Melo, como se estivessem a mostrar dinheiro em frente à cara.
Em causa não está o aumento dos salários, mas o fim do corte de 5% dos vencimentos que foi aplicado em 2010 no contexto da crise financeira que levaria ao pedido de ajuda externa por parte de Portugal em 2011.
A proposta de PSD e CDS-PP foi aprovada com os votos contra do Chega, IL, Livre e BE, abstenção do PCP e votos a favor dos demais.
