Ministra da Saúde diz que ULS têm de garantir "gestão eficaz" de recursos humanos
No último domingo, 17 urgências estiveram de "portas fechadas". "Isso não pode acontecer", salienta Ana Paula Martins, ao manifestar-se também preocupada com o "número de bebés nascidos em ambulâncias"
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A ministra da Saúde alertou esta quarta-feira que as unidades locais de saúde têm de garantir uma gestão eficaz dos recursos humanos, alegando que "não pode acontecer" o encerramento de urgências de obstetrícia como no último domingo.
"As unidades locais de saúde têm de garantir a sua missão de serviço público e uma gestão eficaz dos seus recursos humanos", referiu a ministra da Saúde em conferência de imprensa para balanço do Programa de Emergência e Transformação da Saúde.
Ana Paula Martins adiantou ainda que, apesar de ter sido assegurado que as maternidades de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve funcionassem em rede, no último domingo 17 urgências estiveram de "portas fechadas".
"Isso não pode acontecer", salientou a governante, ao manifestar-se também preocupada com o "número de bebés nascidos em ambulâncias". "No próximo verão, essa situação não deve acontecer", avançou Ana Paula Martins, ao considerar que "haverá sempre bebés a nascer em ambulâncias", mas serão "apenas em casos excecionais".
A governante disse ainda que está a ser estudado um modelo de remuneração e de incentivos para atrair equipas de obstetrícia para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). "É muito importante que estudemos, e estamos a estudar, (...) com as equipas de obstetrícia um modelo de remuneração e de incentivos para voltar a atrair as equipas de obstetrícia para o SNS, porque nós temos gradualmente vindo, como sabem, a perdê-las", realçou.
A ministra elogiou ainda o anterior Governo e a antiga Direção Executiva do SNS, dizendo que fizeram "um projeto muito importante de requalificação dos blocos de partos, que está agora a ser concretizado".
"É muito importante que consigamos, de forma gradual e prudente, associar àquilo que é a linha grávida do SNS24 um segundo momento de pré-triagem nessas mesmas maternidades. Ter alguém que é especializado, um enfermeiro especializado em obstetrícia, que possa, do outro lado, responder aos contactos que são feitos pelas grávidas, de forma a, numa segunda triagem, ou às vezes numa primeira, conforme a situação, poder realmente encaminhar a situação", precisou.
O Ministério da Saúde apresentou esta quarta-feira o balanço das 15 medidas urgentes que constam do Plano de Emergência e Transformação da Saúde aprovado em Conselho de Ministros, a 29 de maio.