Ministro da Educação admite que fundos europeus são "absolutamente fundamentais"
Tiago Brandão Rodrigues defendeu, no parlamento, que Portugal tem de diminuir a "dependência" das verbas que chegam de Bruxelas. Promete que, caso seja necessário, irá "contrariar" as posições da UE.
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Numa audição em que se propôs abordar a estratégia do Governo na área da Educação para no período pós-2020, Tiago Brandão Rodrigues começou por falar sobre a necessidade de continuar a investir na educação em todas as faixas etárias, considerando que, hoje em dia, Portugal é um país em que, apesar das melhorias em capítulos como o abandono escolar precoce ou a universalização do ensino pré-escolar, há ainda dificuldades "estruturais" que precisam se ser corrigidas.
"Sabemos que o contributo dos fundos europeus estruturais e do investimento foram absolutamente decisivos e, por outro lado, as assimetrias socioeconómicas da população portuguesa têm de contar com estes fundos para ser corrigidas e paliadas, porque são absolutamente fundamentais", disse Tiago Brandão Rodrigues, na Comissão Eventual de Acompanhamento do Processo de Definição da "Estratégia Portugal 2030".
Ouvido no parlamento sobre o novo quadro financeiro plurianual, o ministro da Educação afirmou que as verbas provenientes da União Europeia são "decisivas" para manter um caminho de mudança, assinalando que essa dependência só poderá ser minimizada com um maior crescimento económico.
"Nós sabemos que não conseguiremos, pelo menos, até ao final deste quadro comunitário, deixar de depender de fundos comunitários para podermos continuar a ter, pelo menos, a mesma progressão que tivemos até aqui. E assim continuaremos até que a nossa economia nos permita internalizar completamente aquilo em que ainda dependemos de fundos comunitários", acrescentou Tiago Brandão Rodrigues.
Durante a audição, o ministro da Educação sublinhou que é preciso "aumentar" o Orçamento do Estado para o setor da educação, ainda que "continue nesta linha de recuperação". Tiago Brandão Rodrigues garante ainda que está preparado para fazer valer a voz da Educação no Governo ou em Bruxelas.
"Eu trabalho para que o mundo da educação tenha um tratamento privilegiado e preferencial quando se definir, internamente no Governo e, depois, na nossa relação e negociações com a Europa, aquilo que nós entendemos como prioritário, contrariando ainda, se for necessário, aquilo que a Europa ponha relativamente ao que são as nossas prioridades", disse Tiago Brandão Rodrigues, que voltou a insistir na necessidade de apostar em áreas como a diminuição da percentagem dos alunos que não completam o ensino secundário ou o reforço das competências digitais.