"Moção de confiança pode ser retirada." Fernando Negrão apela à responsabilidade de PSD e PS
Na TSF, o antigo ministro e deputado Fernando Negrão alerta que "PS e o PSD têm obrigação de ter uma atitude conjunta para resolver os problemas e não andarem sempre em confronto". Montenegro devia ter dado explicações" mais cedo", mas agora" é impossível escolher outro nome"
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O apelo de Fernando Negrão, em entrevista à TSF, surge a poucos dias do debate da moção de confiança apresentada pelo Governo e agendada para a próxima terça-feira. O antigo ministro da Justiça lembra que a moção pode ser retirada até ao "último instante" e essa deveria ser a atitude "responsável" dos dois maiores partidos.
"PS e o PSD têm obrigação de ter uma atitude conjunta para resolver os problemas e não andarem sempre em confronto," defende considerando que, se houver eleições, é "duplamente importante" que isso aconteça, porque "o país não pode estar num ambiente de ingovernabilidade."
Fernando Negrão fez parte do Governo de Santana Lopes que, em 2004, apresentou e viu aprovada uma moção de confiança, mas considera que a atual situação "é bem mais grave", citando as guerras e a posição dos Estados Unidos como exemplos.
Não é comparável à situação de 2024. O sentido de responsabilidade tem de prevalecer. Agora é inevitável que haja uma maior união dos partidos políticos. Faço apelo à que haja uma atitude mais construtiva.
Fernando Negrão considera que o primeiro-ministro devia esclarecido explicações "mais cedo" em vez de optar por"explicações escassas ou pontuais" o que levou a "esta situação".
Questionado sobre se Luís Montenegro tem condições para ser o candidato do PSD, o antigo ministro lembra que o Presidente da República já disse que quer ver a situação política resolvida em breve: "Em dois meses é impossível escolher outro nome." Sobre o cenário pós-eleitoral, Negrão receia: "A governabilidade está sempre em causa".