"Pela parte do Governo, há disponibilidade para falar com as oposições e para aproximar posições. O PS afirma-se disponível, mas na realidade revela-se intransigente", considera o primeiro-ministro
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O primeiro-ministro acusou esta quarta-feira o PS de simular disponibilidade para o diálogo, apontando como exemplo a recusa da proposta do executivo de descer o IRS, e defendeu que as aproximações devem estar balizadas no programa do Governo.
Esta posição foi transmitida por Luís Montenegro em resposta a uma intervenção do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, na abertura do debate sobre o estado da nação na Assembleia da República.
"Pela parte do Governo, há disponibilidade para falar com as oposições e para aproximar posições. O PS afirma-se disponível, mas na realidade revela-se intransigente. Veja-se o que se passou com a proposta do Governo para uma descida do IRS com um outro equilíbrio. Um equilíbrio que contemplasse os profissionais liberais ou trabalhadores por conta de outra", apontou o líder do executivo.
Em matéria de IRS, segundo Luís Montenegro, o Governo "tentou uma aproximação, mas, no fim do dia, o que se viu foi uma simulação de diálogo por parte do PS", acusou.
Neste contexto, o primeiro-ministro considerou que há quem confunda seriedade com arrogância.
"Não é uma questão de arrogância. Há um programa do Governo que tem balizas, que tem uma estratégia que este parlamento não quis rejeitar e que deve ser executada. Como não temos maioria absoluta no parlamento, claro que vamos aproximarmo-nos dos partidos da oposição, mas no desenvolvimento do espírito e do conteúdo do programa do Governo, que é o único que está em execução", acentuou.
Logo no início da sua intervenção, Luís Montenegro provocou alguns risos nas bancadas da oposição, depois de prevenir que iria poupar tempo na resposta a Hugo Soares, "tal a coincidência de pontos de vista".
Reagindo a essas risadas, o primeiro-ministro declarou: "Alguns não são capazes de dizer a mesma coisa das suas bancadas, mas cada um tem o que tem". A bancada do PSD aplaudiu.