Montenegro coloca AD como "referencial de estabilidade" e critica esquerda no plano internacional
O líder social-democrata acusa os partidos à esquerda de não condenarem com "veemência a adesão da Rússia" à Ucrânia e sublinha que há, entre eles, quem defenda a saída de Portugal da NATO.
Corpo do artigo
O presidente do PSD considerou este sábado que a AD é "o referencial de estabilidade" nas próximas legislativas, avisando que se o PS não conseguiu garantir estabilidade com maioria absoluta "o que fará acompanhado".
No final de uma visita à Feira do Fumeiro dos Sabores e Artesanato do Nordeste da Beira, em Trancoso (distrito da Guarda), Luís Montenegro nunca respondeu às perguntas dos jornalistas sobre se admite viabilizar um eventual Governo minoritário do PS e, questionado se a estabilidade política não é importante para os portugueses, considerou que sim.
"A estabilidade política é tão importante quanto ela está assegurada pelos princípios que norteiam esta candidatura", respondeu, considerando que a AD tem todas as condições para conseguir "um suporte parlamentar que confira governabilidade ao país".
E acrescentou: "Nós somos o referencial da estabilidade, reparem bem: se houvesse estabilidade do lado do PS, não estávamos em eleições. Nós estamos em eleições porque o PS não foi capaz de criar estabilidade sozinho, [imaginem] o que fará acompanhado", avisou.
No plano internacional, o presidente do PSD acusou o PS de ter como parceiros partidos anti-NATO e que nem sempre estão do lado da liberdade e democracia, a propósito do segundo aniversário da invasão russa da Ucrânia.
"Nós na AD não trocamos convicções por conveniências. Nós na AD somos absolutamente intransigentes na defesa dos nossos princípios e dos nossos valores. Hoje, 24 de fevereiro, é um dia para afirmar isso", declarou Luís Montenegro.
Luís Montenegro fez questão, nesta ocasião, de reiterar que Portugal deve continuar a ser "uma parte ativa da solidariedade europeia ao povo ucraniano" e, em nome da coligação PSD/CDS-PP/PPM, afirmou: "Nós não vacilamos nos valores. O que está em causa é a defesa da liberdade, da democracia, do respeito pela integralidade dos Estados."
"Infelizmente, há partidos políticos que não têm a mesma visão que nós temos, alguns dos quais estão na esfera daquilo que é a perspetiva do Governo alternativo ao da AD, que é o Governo da Geringonça 2.0, que junta o Partido Socialista (PS), o Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Comunista (PCP)", considerou.
O presidente do PSD descreveu a AD como uma coligação sem "dois pesos e duas medidas", que está "sempre do lado da liberdade e do lado da democracia", contrapondo: "Do lado do bloco que junta PCP, BE e PS, há partidos que, em primeiro lugar, não condenam com esta veemência a agressão da Rússia, em segundo lugar, defendem mesmo que Portugal não esteja integrado na Aliança Atlântica, na NATO."
"E chegam mesmo ao ponto de colocar em causa a subsistência da nossa participação no âmbito da construção europeia na União Europeia", acrescentou.
Interrogado se estava a imputar ao PS "dois pesos e duas medidas", Luís Montenegro respondeu: "O PS, das duas, uma: ou acha que estas questões da democracia, da liberdade, das nossas alianças internacionais são valores inegociáveis, e então tem de dizer isso aos parceiros para eles mudarem de opinião; ou então tem uns valores que se aplicam numas determinadas circunstâncias e não se aplicam nas outras por pura conveniência."
"Nós na AD não trocamos convicções por conveniências. Nós na AD somos absolutamente intransigentes na defesa dos nossos princípios e dos nossos valores. Hoje, 24 de fevereiro, é um dia para afirmar isso", reiterou.
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, está hoje e nos próximos dias ausente da campanha da AD (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) por ter testado positivo à Covid-19, informou fonte da campanha.
