Montenegro justifica passagem de caças nos Açores: "Foi uma escala de três aviões, não propriamente de armamento militar"
Luís Montenegro prometeu há um ano que Portugal não iria vender armas a Israel
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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assegura que a passagem de caças com destino a Israel pela Base das Lajes não pode ser entendida como "uma venda de armamento" a Telavive por parte de Portugal.
O chefe de Governo, que começa o dia de campanha em Chaves, foi de novo questionado pelos jornalistas sobre a passagem de caças norte-americanos com destino a Israel pela Base das Lajes. Em resposta, afirma que, segundo sabe, se tratou de uma "escala de três aviões, não propriamente de armamento militar".
"Não interviemos em nenhum ato que pudesse ser entendido como uma venda de armamento a Israel. Isso não aconteceu", garante.
Luís Montenegro prometeu há um ano que Portugal não iria vender armas a Israel.
Em abril, três aeronaves norte-americanas fizeram uma escala na base açoriana das Lajes com destino a Israel, sem comunicação prévia ao Governo português, uma "falha de procedimento", anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).
Em comunicado, o MNE realça que "a escala e sobrevoo de três aeronaves americanas para entrega a Israel", ocorrida em 22 de abril, não significa que "tenha sido estritamente violado o compromisso assumido pelo Ministério ou pelo Governo nesta matéria", referindo-se ao embargo à venda de armas e passagem pelo território nacional de material militar para Israel, determinado pelo Executivo de Luís Montenegro.
Esta operação teve "comunicação e autorização tácita (isto é, por decurso do prazo respetivo)", indica o comunicado do ministério tutelado por Paulo Rangel.
A comunicação, esclarece, tinha já parecer favorável da AAN (Autoridade Aeronáutica Nacional), que depende do Ministério da Defesa Nacional.
"Dada a sensibilidade da questão, esta comunicação deveria ter sido reportada ao gabinete do ministro [Paulo Rangel] antes de esgotado o prazo de autorização", salienta ainda.