Montenegro nega mal-estar com Bolieiro apesar de visitas a ilhas diferentes no fecho da campanha
O líder do PSD foi às Flores e ao Corvo fechar a iniciativa "Sentir Portugal" enquanto o recandidato à liderança do Governo Regional andou por São Miguel.
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O líder do PSD, Luís Montenegro, elogiou esta sexta-feira o até aqui presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, pelo trabalho que levou a economia insular a crescer “há mais de 30 meses consecutivos” e negou qualquer mal-estar com o açoriano por não estar ao seu lado no último dia da campanha.
Montenegro terminou hoje a iniciativa “Sentir Portugal”, que o levou a todos os distritos do país e às Regiões Autónomas, com uma visita às ilhas das Flores e do Corvo, enquanto Bolieiro fez uma ação de rua em Ponta Delgada. Questionado sobre esse desencontro geográfico, o líder do PSD relativizou.
“Sabemos que ele tinha campanha programada para estar na ilha de S. Miguel, eu sabia disso desde o início, e ele também sabia que eu pretendia terminar indo aos 308 concelhos de Portugal num registo de proximidade, lealdade, contacto direto olhos nos olhos com os portugueses”, apontou Luís Montenegro.
Apesar de longe da vista, Bolieiro não ficou longe do coração do social-democrata, que apontou “grande orgulho no trabalho” do líder açoriano e do PSD/Açores.
"Tenho a certeza que isso é recíproco relativamente ao que venho fazendo como líder do PSD e agora candidato a primeiro-ministro em nome da AD, de tal maneira que o José Manuel Bolieiro teve a delicadeza e companheirismo de me acompanhar precisamente na jornada que aqui tive do Sentir Portugal”, explicou, referindo-se à visita às restantes ilhas açorianas.
A “inviabilidade” de Bolieiro acompanhar agora Montenegro, considerou, "é óbvia” porque teve de visitar o Corvo e as Flores "fora de tempo” devido às condições climatéricas.
Questionado sobre porque é que não passou por Ponta Delgada, Montenegro aponta que esteve nos Açores "há duas semanas", tem tido uma agenda "muito preenchida" e os debates estão prestes a começar.
Já sobre a noite eleitoral açoriana, Montenegro garante que não se faz convidado: "Estive na noite eleitoral das eleições regionais para o parlamento da Madeira e logo nessa noite disse, não é novidade para ninguém, que quando fossem as eleições nos Açores eu estaria nos Açores.”
“Eu venho, sou assim, é assim que me apresento aos portugueses, não ando a dourar-me para parecer uma pessoa que não sou”, apontou, deixando recados aos críticos que achavam que só devia marcar presença se tivesse "a certeza absoluta” de que o PSD/Açores vence as eleições.
"Isso é desde logo um desrespeito pelos açorianos porque ninguém ganha eleições de véspera, só se ganham no dia", apontou.
Sobre o desempenho do Governo dos Açores, encabeçado por Bolieiro, o líder do PSD apontou que “a vida dos açorianos melhorou muito nos últimos três anos” e que tal foi fruto de “decisões corajosas que muitos pensavam impossíveis, como pôr em prática a tarifa Açores ou agilizar os processos de acesso a cuidados de saúde contando com os recursos humanos e o edificado” existentes.
"A governação dos Açores esteve estes três anos no bom caminho e só foi interrompida porque, pasme-se, o PS, o Chega, a IL, o PAN e o BE se juntaram todos para inviabilizar a aprovação do orçamento para 2024 e, por via disso, a continuação do projeto e depois o julgamento que era natural no final do mandato”, apontou.
A campanha para as legislativas açorianas de domingo termina hoje, com a maioria das candidaturas a escolher as ruas da ilha de São Miguel para as últimas iniciativas e menos de metade acompanhadas pelos líderes partidários.
Quase 230 mil eleitores vão votar para escolher os 57 lugares do parlamento regional, após a primeira legislatura com fim antecipado na história do arquipélago, na sequência do chumbo do Plano e Orçamento Regional para este ano e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.