Montenegro pede respeito pela "vontade popular" num discurso com duas palavras-chave: "Vamos continuar"
O primeiro-ministro apostou num discurso de continuidade e recusou adiantar a composição do novo Governo e diálogos com outros partidos
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O líder da coligação vencedora das eleições, Luís Montenegro, começou por pedir que "agora deixem o Luís trabalhar", numa referência à música oficial da campanha.
Depois de agradecer ao povo português, aos democratas e à família, o presidente do PSD considera que os eleitores deram "um voto de confiança ao Governo, à AD e ao primeiro-ministro".
"Nestas eleições, que foram antecipadas e não exigidas pelas pessoas, os políticos perguntaram ao povo que programa queriam para a sua governação e que primeiro-ministro queria na sua concretização. A resposta foi clara", disse Montenegro, pedindo que todos os partidos "devem ter capacidade de diálogo".
O social-democrata afirma que "os portugueses não querem mais eleições antecipadas", num pedido claro de que esta legislatura dure até ao fim dos quatro anos: "Às oposições caberá respeitar e cumprir a vontade popular."
O primeiro-ministro pede "sentido de Estado e responsabilidade", repetindo que "o povo quer este Governo e não quer outro" e "quer este primeiro-ministro e não quer outro".
"Vamos continuar a valorizar o trabalho e os rendimentos dos portugueses, a estimular o investimento (...) Vamos criar mais riqueza para combater a pobreza (...) Vamos continuar a apostar na juventude", garante Luís Montenegro.
O líder da AD agitou algumas das bandeiras da campanha eleitoral e terminou o discurso com as palavras do Papa Francisco: "Nós vamos ser o Governo para todos, todos, todos."
Já na fase das respostas aos jornalistas, Montenegro exalta a diferença nas votações de há um ano para agora e assume que não "há outra solução de Governo do que aquela que emana" dos resultados eleitorais, apontando que a única possibilidade de alternativa ser uma coligação entre PS e Chega: "Não me parece."
"Não vou estar aqui a teorizar", recusou o social-democrata.
Questionado sobre o crescimento do Chega, Luís Montenegro preferiu relevar "o reforço da confiança" no Governo e no primeiro-ministro. "Aquilo que é a distribuição das oposições, eu deixo para os analistas e para esses mesmos partidos", disse.
Sobre o caso Spinumviva, Montenegro diz que a "moção de confiança que o povo endereçou hoje ao Governo é suficiente para que todos assumam as respetivas responsabilidades (...) e mostrem a maturidade política dos próprios, das suas forças políticas e da democracia".
Montenegro recusou comentar a nova composição ou diálogos com outros partidos: "Muito menos falar de uma hipotética revisão constitucional. Bom, e quanto a escolher líderes políticos de outros partidos, era o que faltava."