Mortágua lamenta falta de "investimentos estruturantes" para combater falta de água
O Bloco de Esquerda tem na recuperação do mandato por Faro um dos objetivos destas legislativas e defende que o Algarve é um dos exemplos dos efeitos da falta do "óbvio, que é adaptar o turismo às condições de seca ou evitar a perda de água que acontece todos os anos".
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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, defendeu este sábado mais apoios para os pequenos agricultores de forma a proteger o setor dos impactos negativos da seca. Em Odiáxere, Lagos, a bloquista lamentou que tenha faltado força política para avançar com "investimentos estruturantes” que combatam a falta de água.
"Há partidos políticos que preferem falar durante dez anos em projetos megalómanos que nunca constroem, em vez de fazer o óbvio, que é adaptar o turismo às condições de seca ou evitar a perda de água que acontece todos os anos em Portugal, em particular no Algarve”, assinalou Mortágua em declarações recolhidas pela SIC Notícias, sublinhando que os pequenos agricultores "tiveram cortes da PAC [Política Agrícola Comum] que são sabidos, e que motivaram, aliás, protestos, muito significativos”.
Para a bloquista, sem apoios "não é possível fazer uma transição agrícola que se adapte e que minimize os efeitos da seca”, em especial se o objetivo é uma agricultura “que garanta a independência alimentar do país, a soberania alimentar do país”.
Noutra ação de campanha, Mariana Mortágua, traçou o objetivo de recuperar o mandato por Faro que foi perdido nas últimas legislativas, considerando que se notou o efeito de o Algarve ter deixado "de ter deputados à esquerda".
A coordenadora bloquista discursava num almoço comício em Boliqueime, distrito de Faro, e deixou claro no final da sua intervenção que o BE quer eleger o eurodeputado José Gusmão e assim recuperar o deputado que perdeu nas eleições de 2022.
"O Algarve deixou de ter deputados à esquerda nas últimas eleições e esse efeito notou-se. A representação parlamentar ficou mal entregue aos partidos do bloco central e ao Chega", criticou.
Considerando que os problemas da região se agravaram nestes anos e assegurando que o BE se manteve, mesmo sem deputado eleito, em todas as lutas pelo distrito, a coordenadora bloquista deixou evidente o objetivo de "voltar a ter um deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia da República" eleito por Faro.
"Essa é a esquerda que vai constituir uma maioria social no país, que vai constituir uma maioria no parlamento para fazer a diferença, para ter as políticas que contam e o José Gusmão vai fazer parte dessa maioria que vai transformar este país no dia 10 de março", disse.
Recorrendo ao mote de campanha, Mortágua defendeu que esta maioria "vai fazer o que nunca foi feito".
