Luís Montenegro lamenta a morte de Francisco, que considerou ser “um exemplo para todos” e uma “fonte de inspiração espiritual e humana”
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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou esta segunda-feira que propôs ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que sejam decretados três dias de luto nacional pela morte do Papa Francisco.
“Enquanto se aguardam indicações da Santa Sé sobre a data das exéquias, o Governo de Portugal propôs a Sua Excelência o Presidente da República que fossem decretados três dias de luto nacional, que serão oportunamente confirmados de acordo e coincidindo com as cerimónias fúnebres”, disse o chefe do executivo numa declaração aos jornalistas no Funchal.
Luís Montenegro manifestou o seu pesar pela morte de Francisco, que considerou ser “um exemplo para todos” e uma “fonte de inspiração espiritual e humana”.
“Num momento de profundo pesar, uno-me em nome de todos os portugueses aos católicos em todo o mundo numa homenagem ao Santo Padre”, afirmou, sublinhando que o Papa Francisco, que morreu hoje aos 88 anos, é “um exemplo para todos, católicos e não católicos”.
O primeiro-ministro, que falava na Presidência do Governo Regional da Madeira, no Funchal, indicou que o Governo já propôs ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que fossem decretados três dias de luto nacional.
O governante descreveu o Papa Francisco como “uma fonte de inspiração espiritual e humana e um defensor intransigente dos valores da paz, da igualdade, da justiça e de uma igreja para todos, todos, todos”.
“O ‘todos, todos, todos’, apelo simultâneo à inclusão e à conversão que lançou ao mundo na sua primeira missa em Lisboa, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, será recordado como um apelo à autenticidade da fé”, disse, considerando que as visitas de Francisco a Portugal, no centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima e na Jornada Mundial da Juventude, deixaram uma “marca indelével que perdurará na memória dos portugueses”.
Luís Montenegro destacou o facto de Francisco ter comparecido publicamente na Basílica de São Pedro para a bênção “Urbi et Orbi” no domingo de Páscoa e abençoado duas crianças na praça, considerando esse como mais um “gesto profundamente generoso e revelador da coragem e entrega sim limites que o caracterizavam”.
“Nenhuma imagem poderia resumir melhor o estilo pastoral simples e direto, bem como o legado de profunda humanidade, de compromisso e proximidade com os mais pobres, com os indefesos e com os marginalizados”, disse.
O primeiro-ministro sublinhou, por outro lado, que desde a eleição, em 2013, o Papa Francisco “foi reconhecido por todas as fés e ideologias como um líder espiritual autêntico, ecuménico e comprometido com os desafios do mundo contemporâneo, como é o caso do combate à pobreza, a preservação do planeta e a promoção da inclusão, da justiça social e da paz”.
“A sua mensagem foi sempre uma mensagem de esperança e um apelo à construção de pontes e não de muros”, disse, acrescentando que “também por isso os portugueses se identificaram sempre tanto com o Papa Francisco, numa relação de amizade e fraternidade recíprocas que iam para além das convicções religiosas e apelavam ao mais genuíno sentido de humanismo e solidariedade”.
“Os portugueses e o mundo despedem-se do Papa Francisco com gratidão. O seu legado e a sua vida serão fonte de inspiração para gerações futuras dentro e fora da igreja”, afirmou.
O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.
