Movimento Cidadãos Por Lisboa fora das autárquicas desconhece "razão" para "indisponibilidade do PS"
À TSF, Paula Marques argumenta que a presença do movimento nas autárquicas "enriqueceria a plataforma e a luta política"
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O movimento político Cidadãos Por Lisboa (CPL) lamenta não integrar a coligação liderada pelo Partido Socialista para as eleições autárquicas de 12 de outubro e aponta que só os socialistas sabem o motivo pelo qual o acordo estabelecido desde 2009 não foi renovado.
"Lamentamos que no momento em que faz sentido esta conjugação de esforços não tenha havido disponibilidade do Partido Socialista para renovar este trabalho conjunto com os CPL", afirma Paula Marques, líder da associação (atual vereadora na capital, eleita pela coligação PS/Livre), em declarações à TSF.
Desde 2009 que o movimento se tem apresentado às eleições autárquicas, sempre em candidaturas lideradas pelos socialistas, mas este ano essa candidatura não vai ter lugar.
Paula Marques afirma desconhecer a "razão que levou o PS a estar indisponível". Apesar de ter havido "contactos" no sentido de renovar o entendimento, os socialistas mostram-se indisponíveis para "fazer o acordo com os CPL, como entidade coletiva, no reconhecimento da sua identidade e da sua autonomia".
"Nem sequer conseguimos avançar para mais questão nenhuma. Nós apresentámos o nosso manifesto a todas as forças políticas", sublinha.
Em junho, cinco meses depois de o PS ter apresentado Alexandre Leitão como cabeça de lista à presidência da Câmara de Lisboa nas próximas eleições autárquicas, os CPL apresentaram o seu manifesto sobre o que ambicionam para a capital no mandato 2025-2029 e manifestaram a vontade de concorrer nas próximas eleições autárquicas no âmbito da coligação com PS, Livre, BE e PAN.
Paula Marques argumenta que a presença do movimento nas autárquicas "enriqueceria esta plataforma e a luta política", mas confessa ter a esperança de que aqueles que se opõem à "política seguida por Carlos Moedas" possam também "endurecer a luta".
"Queremos mesmo ver o jogo virar na cidade", afirma.
Ainda assim, a presidente garante que o CPL vai continuar a trabalhar pela capital portuguesa.
"A ação política dos Cidadãos Por Lisboa não é retirada da cidade. Isso continuará, com toda a certeza, na relação que temos com a população e organizações de base local, como sempre foi a nossa matriz", assegura.
Os CPL são um projeto coletivo, que começou como movimento independente, criado em 2007 pela arquiteta Helena Roseta, e que se tornou associação política em 2021. A participação dos CPL em eleições autárquicas em Lisboa foi sempre em candidaturas lideradas pelo PS, o que aconteceu nos últimos cinco atos eleitorais, nomeadamente em 2007, em 2009, em 2013, em 2017 e em 2021.
Concorrem à presidência da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro: Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Ossanda Líber (Nova Direita), Bruno Mascarenhas (Chega) e José Almeida (Volt).
