Frederico Carvalho Gil e um cidadão russo foram acusados de espionagem, violação de segredo de Estado e corrupção ativa e passiva agravados.
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O funcionário do Serviço de Informações de Segurança (SIS) Frederico Carvalho Gil e um cidadão russo foram acusados de espionagem, violação de segredo de Estado e corrupção ativa e passiva agravados, informou esta quinta-feira a Procuradoria-Geral da República.
O cidadão russo acusado integra os quadros do SVR - Sluzhba vneshney razvedki (Serviço Externo da Federação Russa).
Segundo uma nota do Ministério Público enviada às redações, a acusação diz que o funcionário do SIS foi recrutado pelo SVR para, a troco de pagamento de quantias em dinheiro, prestar informações cobertas pelo segredo de Estado a que acedia em razão das suas funções. A mesma nota revela ainda que os arguidos, os funcionários de SIS e SVR, realizaram três encontros.
"Tendo tido conhecimento antecipado dos planos de realização de um encontro entre os dois, em Roma, no dia 21 de maio de 2016, o Ministério Público, previamente, expediu Carta Rogatória às autoridades italianas, para acompanharem a movimentação dos arguidos e confirmarem e vigiarem o encontro dos então suspeitos. Para acompanharem a realização das diligências deslocaram-se a Roma três elementos da Polícia Judiciária", revela o MP.
Mais: "na posse do oficial do SVR foi encontrado e apreendido, designadamente, um documento manuscrito que lhe havia sido entregue pelo funcionário do SIS, contendo informação que foi considerada protegida pelo segredo de Estado. Já ao funcionário do SIS foram apreendidos diversos documentos e objetos bem como a quantia de euro 10.000,00 (dez mil euros), montante que lhe havia sido entregue pelo oficial do SVR, como contrapartida das informações que indevidamente recebera".
Em maio de 2016, o Ministério Público teve conhecimento antecipado de um encontro entre os dois, por isso pediu às autoridades italianas para acompanharem e confirmarem as movimentações. Depois disso, confirmada a informação, foram emitidos Mandados de Detenção Europeus (MDE). Enquanto o funcionário português foi entregue às autoridades portuguesas, o tribunal competente para a decisão do MDE recusou entregar o funcionário russo.