Mudança da hora? Costa critica "discussões desnecessárias que irritam os cidadãos"
O primeiro-ministro garante que o Governo português vai bater-se no Conselho Europeu contra a uniformização da hora na União Europeia. Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, António Costa considera que esta discussão só serve para consumir energia.
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António Costa lembra-se bem de quando a hora era igual em toda a União Europeia: "Os meus filhos eram pequeninos e tinham que sair todos de noite para ir para a escola." O exemplo pessoal serve para justificar a oposição do Governo português à votação do Parlamento Europeu , esta semana, que aprovou a mesma hora para todos os Estados-membros a partir de 2021.
Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, o primeiro-ministro reafirma que a decisão "não faz sentido" e recorda que Portugal já teve "essa experiência".
"Temos que ajustar os horários relativamente aquilo que é a realidade solar de cada um dos países", defende António Costa, que constata que, de facto, esta realidade "não é idêntica nos 28 Estados-membros". "Há países onde, porventura, o regime de uma só hora é adequado. Em Portugal, não vi ninguém a queixar-se desta mudança da hora. A não ser naquele dia em que se diz: «Que chatice, esqueci-me de acertar a hora!»."
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Com 410 votos a favor, 192 contra e 51 abstenções, o Parlamento Europeu aprovou a mudança da hora bianual para daqui a dois anos - e não já este ano, como chegou a constar da proposta apresentada inicialmente pela Comissão Europeia.
Para que a proposta passe a diretiva europeia, é preciso que os Estados-membros fiquem todos de acordo no Conselho Europeu. E, do lado português, a posição do Governo é clara: António Costa está contra.
O primeiro-ministro considera mesmo que "um dos defeitos da União Europeia é querer pôr-se a abrir discussões que são absolutamente desnecessárias a não ser para consumir energia", concluindo que "é este tipo de coisas que irrita os cidadãos."