Entrevistada na Manhã TSF, Assunção Cristas falou também sobre Tancos, para considerar que o Governo e o primeiro-ministro têm tido "muito pouco sentido de estado".
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Assunção Cristas diz que "muito dificilmente" o CDS-PP vai votar a favor da proposta de Orçamento do Estado para 2018 mas lembra que "não gosta de antecipar cenários".
Entrevistada na Manhã TSF, a líder do CDS lembrou que o partido faz "uma oposição construtiva" pelo que vai continuar a apresentar propostas e a sua "visão alternativa no programa de estabilidade e no plano nacional de reformas".
"Com certeza que queremos escrutinar o documento que o Governo apresenta. As nossas escolhas não serão todas iguais, o que não quer dizer que, pontualmente, não possamos estar de acordo ou a viabilizar como sempre fizemos", defendeu a líder do CDS.
Questionada sobre a polémica em torno do roubo de armas em Tancos, Assunção Cristas criticou a atuação do Governo e do ministro da Defesa dizendo que "são incapazes de gerir estas questões".
"Nas áreas da soberania, nas áreas de segurança das pessoas, vemos um Governo a falhar, um ministro que já não existe e a falharem completamente e a terem muito pouco sentido de Estado. E creio que o primeiro-ministro tem culpas no cartório, não está a conseguir liderar o Governo da forma que seria exigível e com sentido de estado", adiantou.
Nesta entrevista, Assunção Cristas falou também sobre as recentes declarações do governador do Banco de Portugal sobre a independência dos bancos centrais.
Questionada sobre se acha que o governador do Banco de Portugal tem razão quando diz que há uma tentativa para diminuir a independência dos bancos centrais, Assunção Cristas disse que o partido vai "pedir os devidos esclarecimentos no Parlamento".
Assunção Cristas lembrou que o CDS-PP considera "muito importante a independência do Banco de Portugal mas também considera muito importante que haja um escrutínio claríssimo de onde e como veem as orientações".
Na passada segunda-feira, Carlos Costa disse que há tentativas de pôr em causa a independência dos bancos centrais, mas que isso não é exclusivo de alguns países, mas uma tentação comum face às entidades que guardam o "tesouro".
Estas declarações motivaram uma reação negativa do gabinete liderado por Mário Centeno. Em declarações ao jornal Eco e depois reafirmadas a outros órgãos de comunicação social, fonte oficial das Finanças disse que "nunca foi essa a postura como o Ministério das Finanças se relacionou com o Banco de Portugal" e afirmou esperar que o governador se "retrate".
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