"Não adianta fazer fitas e fintas." Miguel Pinto Luz defende que PS é o "único responsável" por eleições antecipadas
O governante pede "responsabilidade" ao PS e, acima de tudo, "sentido de Estado", nomeadamente ao líder Pedro Nuno Santos, a quem acusa de estar a colocar a "agenda partidária à frente dos superiores interesses dos portugueses". E faz ainda um apelo: "Deixem-nos trabalhar"
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O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, afirmou este domingo que "o único responsável pela necessidade de o país ser chamado mais uma vez a eleições é e será única e exclusivamente do PS" e, por isso, alerta Pedro Nuno Santos que "não adianta andar a fazer fitas e fintas".
Em declarações aos jornalistas, na sede do PSD, Miguel Pinto Luz, membro da comissão política nacional do partido, começa por explicar que a moção de confiança é um "instrumento legitimo em democracia, que existe para que os Governos possam avaliar as condições de governabilidade". Sublinha, por isso, que os portugueses vão perceber "de uma forma muito clara, muito transparente e muito cristalina, quem de facto quer ir a eleições ou não quer".
Assume desde logo que o Governo "não se demitiu dos seus objetivos". Antes, quer saber, perante o Parlamento, se tem "condições" para continuar com o programa que levou à vitória dos sociais-democratas nas eleições legislativas de 2024.
"O PSD não quer eleições. A AD não quer eleições. O primeiro-ministro não quer eleições. Os portugueses e Portugal não querem eleições", garante.
Pede assim "responsabilidade" ao PS e, acima de tudo, "sentido de Estado", nomeadamente ao líder Pedro Nuno Santos, a quem acusa de estar a colocar a "agenda partidária à frente dos superiores interesses dos portugueses".
Indo mais longe, defende que a linguagem de Pedro Nuno Santos se "assemelha a um discurso populista e demagógico, cada vez mais próximo do doutor André Ventura". Apela para o fim da "hipocrisia" e lamenta que os socialistas queiram "atirar o país para um processo lento e desprestigiante das instituições".
"Não vale a pena tentar afastar responsabilidades ou simplesmente sacudir a água do capote. (...) O único responsável pela necessidade de o país ser chamado mais uma vez a eleições é e será única e exclusivamente do PS", assinala.
O socialistas terão de dizer na terça-feira - dia em que a moção de confiança vai a debate e votação -, refere, se querem "estabilidade" perante um primeiro-ministro que "respondeu a tudo o que foi perguntado no Parlamento". Luís Montenegro, diz, "trabalhou legitimamente como qualquer português", mas a oposição "não fica satisfeita" com qualquer esclarecimento que o chefe de Governo possa apresentar.
"Tudo é baseado numa pseudo-necessidade populista de transparência, que mesmo com o primeiro-ministro a responder a tudo nunca é suficiente", lamenta.
Miguel Pinto Luz acredita ainda que o país "só vai a eleições se o Parlamento quiser", sublinhando que "não há mais qualquer hipótese ou interpretação".
Perante o atual contexto político, Miguel Pinto Luz deixa um pedido: "Deixem-nos trabalhar. Deixem-nos governar. Deixem-nos concluir o programa com o qual vencemos as eleições de 2024."