"Não confundimos Israel com aquilo que é postura de um Governo num determinado momento"
Gomes Cravinho vê "amplo apoio da população" à posição do Governo português. O ministro dos Negócios Estrangeiros comentou o resultado da sondagem TSF, JN e DN sobre o conflito no Médio Oriente.
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A maioria dos inquiridos da sondagem da Aximage para a TSF, JN e DN defende um cessar-fogo e a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e a Palestina. Enquanto 7% dos inquiridos em Portugal dizem que o ataque do Hamas a 7 de outubro se justificou, para 83% não tem justificação. Já o ataque de Israel na Faixa de Gaza justifica-se para 24%, mas não para 66%.
Em reação a estes resultados, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, sublinha que há uma sintonia entre o que pensam os portugueses e a política externa do Governo em relação a este conflito.
“Eu creio que uma política externa consolidada, segura de si própria e bem ancorada na sociedade tem de estar refletida também num amplo apoio da população àquilo que são as posições adotadas e o que a sondagem revela corresponde precisamente àquilo que tem sido a visão do Governo português e da política externa portuguesa quanto à necessidade de condenarmos determinadas atitudes e propormos outras no contexto do Médio Oriente. Portanto revemo-nos muito solidamente nestes números que acaba de citar”, afirmou à TSF Cravinho.
Nesse sentido, João Gomes Cravinho reafirma que a solução de dois Estados continua a ser o caminho que Portugal e a União Europeia defendem para o conflito israelo-palestiniano.
"É público, de facto, que Israel não tem aceitado a ideia de um de um cessar-fogo. É público também que o primeiro-ministro israelita se tem oposto à solução de dois Estados. Agora, aquilo que é a ideia unânime dentro da União Europeia, a nível dos 27, é que não há outra solução possível, viável, que não seja a solução dois Estados. Sabemos também que Israel, democracia como é, é uma sociedade muito plural, que há uma diversidade de pontos de vista, e não confundimos Israel com aquilo que é postura de um Governo num determinado momento ou aquilo que é postura de uma pessoa que está à frente do Governo num determinado momento. É com este Governo que que temos de trabalhar, mas iremos insistir fortemente na necessidade de avançarem no sentido da solução de dois Estados. Aliás, os EUA também têm defendido essa posição", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros.