Marcelo Rebelo de Sousa cumpre esta terça-feira o segundo dia de visita oficial a Espanha. O dia começou com um encontro de empresários que contou com a presença do ministro da Economia espanhol.
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Marcelo Rebelo de Sousa começou o segundo dia da visita oficial a Espanha com um encontro de empresários que contou com a presença do ministro espanhol da Economia.
Na sua intervenção, o Presidente da República aproveitou para pedir atenção aos responsáveis dos dois países, para não desperdiçarem aquilo que considera uma oportunidade: "Só por uma inaceitável distração ou por manifesta falta de noção do que é essencial, poderíamos desperdiçar estes tempos. A vossa presença aqui hoje enche-me de confiança. Este não será um tempo perdido para Portugal e Espanha", disse o chefe de Estado.
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O presidente da República defendeu que Portugal e Espanha têm de lutar juntos na União Europeia na negociação do quadro financeiro plurianual e da política agrícola e, no plano nacional, devem reformar os respetivos sistemas políticos.
"Os próximos meses serão decisivos para a Europa e para nós. Temos de lutar juntos pelo quadro financeiro plurianual, pensar na coesão, na Política Agrícola Comum (PAC), na inovação e qualificação, e pela união económica, financeira e bancária. E por instituições fortes, próximas dos europeus, eficientes e prestigiadas que travem populismos, aventureirismos e tentações corrosivos do projeto europeu", afirmou.
Na presença do ministro espanhol da Economia, Román Escolano, e do ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o Presidente da República completou: "Ao mesmo tempo que fazemos tudo para que os sistemas políticos domésticos se reforcem, se antecipem, se reformem, não criando vazios sempre contraproducentes".
Segundo o chefe de Estado, "é muito importante que a Europa não adie decisões, não se divida no essencial, não perca a dinâmica política, económica e social" e continue "a crescer, a criar emprego e proporcionando justiça social". "Sonhar com o nosso sucesso numa Europa em crise ou em compasso de espera é pura ilusão", advertiu.
Antes, o ministro espanhol da Economia, Indústria e Competitividade falou sobre a evolução recente das economias portuguesa e espanhola, sustentando que, "em ambos os países, as reformas estruturais empreendidas foram, sem dúvida, a base para conseguir a recuperação da atividade económica e do emprego".
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Román Escolano apelou a que se "evite a complacência" e se continue "aprofundando as reformas".
Sobre a União Europeia, apontou como prioridades "completar a chamada união bancária" e "o fortalecimento da zona euro". "Alegramo-nos que o Eurogrupo seja atualmente presidido pelo ministro português das Finanças, meu amigo Mário Centeno. Nas próximas semanas serão tomadas importantes decisões sobre união económica e monetária", disse.
Quanto às relações económicas bilaterais, o ministro espanhol salientou que "as exportações de Espanha para Portugal são maiores do que as para toda a América Latina" e destacou também o comércio de serviços e o investimento recíproco.
"Devemos aproveitar o bom momento económico para aprofundar ainda mais as boas relações económicas", acrescentou, em português.