O líder parlamentar do Bloco de Esquerda considera que devem ser apuradas "responsabilidades políticas e militares" no caso de Tancos mas que o tema não pode sobrepor-se à questão dos incêndios.
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Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, defendeu esta quarta-feira que a questão dos incêndios é demasiado importante para, nesta altura, ser desvalorizada e substituída por outra tema no espaço público.
"Não é o momento de desvalorizar o que aconteceu no que toca aos incêndios, com mais de 100 pessoas mortas, substituindo-o por outro tema qualquer", disse o deputado bloquista, quando questionado pelos jornalistas sobre o armamento roubado em Tancos que, esta quarta-feira, foi encontrado na Chamusca.
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Apesar destas declarações, Pedro Filipe Soares decidiu responder aos jornalistas "para não ficar a ideia de que o Bloco tem medo de responder a essa pergunta".
"Desde a ideia de roubo até à ideia estranha de que nada tinha sido roubado - tudo foi dito sobre esta matéria, com muito pouca segurança sobre a informação", afirmou.
O Bloco de Esquerda pede que seja apresentado "um relatório sobre o que aconteceu". "Esperamos que a verdade venha ao de cima e que o país seja esclarecido sobre o que aconteceu", disse Pedro Filipe Soares, notando que há ainda que averiguar as "responsabilidades políticas e militares" no caso.
Sobre a demissão da Ministra da Administração interna, anunciada esta quarta-feira, na sequência dos incêndios que, nos últimos quatro meses, fizeram cerca de 100 mortos, o Bloco de Esquerda considera que "era inevitável".
Pedro Filipe Soares salienta, no entanto, que "a verdadeira mudança não tem de ser de rosto, tem de ser de práticas e de políticas no funcionamento da Proteção Civil".
Em relação à moção de censura do CDS-PP ao governo, anunciada na última terça-feira, o Bloco de Esquerda declara que só vai pronunciar-se sobre o sentido de voto do partido depois de conhecer o texto da moção.