Passos Coelho chega ao 36.º Congresso do PSD reeleito e sem adversários, mas, na TSF, desafiámos os líderes parlamentares de BE e PCP a imaginar como seria a luta com o PSD em caso de nova liderança.
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No debate parlamentar, João Oliveira e Pedro Filipe Soares nem sempre estão de acordo, mas, há uma convicção que os une: enquanto Passos Coelho estiver na liderança do PSD, os sociais-democratas vão ter dificuldades em libertar-se da palavra "austeridade".
"Pedro Passos Coelho é o rosto da austeridade sobre o país e, nesse contexto, tem uma imagem forte e negativa, a qual o PSD tem dificuldade em transformar numa outra imagem, mais risonha e, até, mais promissora ou esperançosa para o país", defende o líder da bancada bloquista.
Em declarações à TSF, Pedro Filipe Soares defende que Passos Coelho perdurará como "rosto da austeridade" e que, dessa forma, independentemente de uma nova personalidade na liderança do partido, também o PSD vai continuar colado a essa realidade.
Pelo PCP, o líder parlamentar, João Oliveira, admite que Passos Coelho é um bom auxiliar de memória: "Há um elemento que ajuda a que as pessoas não apaguem da sua memória aquelas que foram as responsabilidades do PSD nos últimos quatro anos e na degradação da vida dos portugueses. Passos Coelho ajuda a identificar essa memória".
Passemos ao cenário hipotético: caso se verificasse uma mudança na liderança do PSD, como seria? Quais os principais desafios para a esquerda portuguesa? João Oliveira prefere não fazer prognósticos, mas adianta aquela que seria a posição dos comunistas.
"Mesmo que haja a tentação de, com alterações dos protagonistas, fazer limpezas cosméticas, a substância das orientações e das posições do PSD é que é o fundamental. Se isso vier a acontecer, nós, obviamente, teremos de insistir mais na lembrança daquilo que foram as responsabilidades do PSD ao longo de décadas", afirma, na TSF, o líder parlamentar do PCP.
E, pelo BE, Pedro Filipe Soares insiste: mais do que a personalidade que lidera ou irá liderar o partido, o problema são mesmo as políticas que, defende, até continuam a ser um fato à medida da atual liderança.
"No que toca as escolhas determinantes, não me parece que, para aquilo que o PSD quer fazer, que é continuar a mesma política, que Pedro Passos Coelho seja um empecilho, porque ele é o rosto dessa mesma política", diz o dirigente bloquista.