"Não esperem cartas brancas." Chega não vai rejeitar programa do Governo e fará oposição "responsável"
André Ventura deixa para mais tarde uma decisão sobre a comissão de inquérito à Spinumviva: "Houve uma evolução nesse caso, com um pedido de informação do MP (...) Recebidos esses esclarecimentos que penso que serão tornados públicos, o Chega avaliará essa necessidade"
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O presidente do Chega, André Ventura, assegura que vai fazer uma oposição responsável ao Governo da AD em nome da estabilidade, mas avisa que não passará "cartas brancas". Ao mesmo temo, anuncia que não irá viabilizar a moção de rejeição ao programa de Governo.
"O Governo deve sentir que tem no Chega um adversário de respeito que quer estabilidade, mas nunca deve pensar que tem no Chega um espelho do PS que feche os olhos à corrupção, aos conflitos de interesses ou à promiscuidade dentro do Governo ou ao fenómeno da imigração (...) Não esperem de nós cartas brancas", disse André Ventura à saída da reunião com o Presidente da República.
Nessa audiência, o Chega assegurou que "não vai viabilizar a moção de rejeição que será discutida na Assembleia da República em relação ao programa do Governo", rejeitando "soluções irresponsáveis e irrealistas criem uma nova crise política num momento em que os portugueses querem estabilidade".
"Obviamente, na mesma expectativa de que no futuro, caso o Chega ganhe eleições legislativas, haja por parte dos outros partidos, e neste caso da AD, tolerância democrática e se deixe governar quem vence as eleições", atira o presidente do Chega.
André Ventura rejeita "taticismos" na próxima legislatura: "O Chega continuará a fazer a oposição firme que tem feito até aqui, sem estar a pensar nos momentos mais ou menos convenientes em que possa ser mais ou menos útil uma reavaliação política."
Questionado sobre a eventual comissão parlamentar de inquérito a Luís Montenegro por causa da Spinumviva, o líder do Chega não rejeita essa hipótese, mas vai esperar.
"Houve uma evolução nesse caso, com um pedido de informação do MP (...) Recebidos esses esclarecimentos que penso que serão tornados públicos, o Chega avaliará essa necessidade. O Chega não põe de parte", conclui.