"Não excluímos moção de rejeição" a governo de direita, mas "não contará com Livre" se for proposta do Chega
Rui Tavares respondeu esta segunda-feira às perguntas colocadas pelos ouvintes no Fórum TSF.
Corpo do artigo
Rui Tavares garante que o Livre nunca votará a favor de uma moção de rejeição de um eventual governo de direita que seja apresentada pelo Chega.
Em declarações esta segunda-feira no Fórum TSF, onde respondeu às questões dos ouvintes, Rui Tavares afirma que não pode afirmar desde já que vai votar para inviabilizar um governo de direita.
“Não dizemos, como o Chega diz, que automaticamente, só porque é um governo de direita, apresentamos uma moção de rejeição. Não excluímos uma moção de rejeição, dependendo do programa do governo e da composição desse governo e das garantias dadas por esse governo.”
Mas “não alinhamos na farsa daqueles que dizem 'se não tiver tacho, mando o Governo abaixo’. E nesse caso, que é de uma moção de rejeição do Chega, mantendo-se a coerência do Livre, ela não contará com o voto a favor do Livre.”
Rui Tavares rejeitou também o apelo ao voto útil nas eleições a 10 de março, garantindo que um voto no Livre, seja em Lisboa ou Beja, não é um voto perdido. Defendeu, no entanto, que é preciso aperfeiçoar o sistema além do círculo de compensação, acrescentando outra proposta:
“Assumir, para contagem de votos, que haja coligações de listas, não só coligações de partidos. Os partidos concorrem separadamente com as suas siglas, com os seus programas e disputam o voto em todo o país. Mas como existe na Dinamarca ou como já existe no Brasil, onde chamam federações de partidos ou federações de votos, o que acontece é que os votos são contados em conjunto na família política, no arco partidário, que anunciou previamente que está disposto para negociar para formar uma maioria.”
Na aprática, isto significa que “num distrito em que um dos partidos da geringonça ou um dos partidos do arco da direita democrática não elegesse, esses votos seriam contados para aquele que teria hipótese de eleição, não se desperdiçando votos e introduzindo mais clareza.”
Nesse caso “ninguém poderia dar a volta a ninguém”, argumenta Rui Tavares. O Chega ou estava dentro da federação das direitas ou estava fora. Aí o eleitor de direita saberia que se queria substituir a esquerda no governo ou votava na federação das direitas ou votava no Chega esperando que tivesse uma maioria absoluta, porque ninguém quer formar uma maioria absoluta com ele”.
