Secretário-geral do PCP garante "disponibilidade" dos comunistas para participar na discussão sobre o Orçamento do Estado e lamenta "convergência" de PS, PSD e CDS-PP em matérias laborais.
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"Não há apoios antecipados. Em relação ao Orçamento do Estado para 2019 o compromisso do PCP é examinar a proposta. Ainda não existe proposta, portanto, seria errado fazer já um juízo de valor", disse Jerónimo de Sousa, em Lisboa, durante o desfile do 1.º de maio organizado pela CGTP, onde o secretário-geral comunista garantiu que o PCP está disponível para "participar na discussão" sobre o documento que será apresentado pelo Governo do PS.
No desfile, em resposta aos jornalistas, Jerónimo de Sousa deixou ainda críticas a uma aproximação entre PS, PSD e CDS-PP, considerando que "muitos dos problemas que existem" em matéria laboral "poderiam ser resolvidos e não são devido a esta convergência".
"Ouvi alguns dirigentes do PSD, do PS e até do CDS-PP a dizer que maio é muito importante, mas há semanas atrás derrotaram no parlamento iniciativas de grande importância que são reivindicações dos trabalhadores portugueses", lamentou o secretário-geral do PCP.
Jerónimo de Sousa defendeu ainda um aumento geral dos salários "no público e no privado", adiantando: "O Governo deve disponibilizar-se a negociar com os sindicatos a possibilidade de um aumento real dos salários da Administração Pública", reforçou.
Sobre o Salário Mínimo Nacional, o líder comunista considerou que um aumento de 580 para 600 euros em 2019 não é suficiente: "600 euros não são aceitáveis num quadro em que tem havido tanta desvalorização dos salários dos trabalhadores".