"Não há democracia sem combate à corrupção e entidades estruturantes como as Forças Armadas"
O Presidente da República citou as "lições do passado" para apontar caminhos que evitem "o populismo, o antiparlamentarismo, a xenofobia".
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O Presidente da República aproveitou o discurso do 5 de outubro para falar sobre a saúde da democracia, deixando alguns alertas aos políticos.
"Não há verdadeira democracia sem democratas, não há democracia sem condições económicas e sociais que lhe confiram legitimidade. Não há democracia sem combate à corrupção. Não há democracia sem um sistema político dinâmico e gerador de alternativa. Não há democracia sem entidades estruturantes, como as forças armadas", disse Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão solene comemorativa do 108.º aniversário da Implantação da República, na Praça do Município, em Lisboa.
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Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que a história já revelou os riscos do "tratamento errado das Forças Armadas".
No retrato tirado pelo Presidente à situação de há cem anos, os casos parecem significativamente atuais. A saber: "divisões fratricidas, debilidades partidárias, tratamento errado das Forças Armadas e incapacidade para responder a crise económica e social".
"Porque os regimes de poder pessoal são incompatíveis com a renovação dos mandatos, logo ali se descortinava o fim do fim da ditadura. Ou seja, por contraposição, o sentido de que a democracia é tudo menos o culto e a convicção da perenidade do poder pessoal".
Marcelo Rebelo de Sousa lembra que no próximo ano, "o voto será fundamental mas não é o único caminho" porque " a democracia constrói-se e destrói-se todos os dias".