“Não havendo lugar a debate profundo, plural e clarificador", Prata Roque não é candidato à liderança do PS
O socialista, rosto do movimento Semear a Esperança que integra vozes, adianta que José Luís Carneiro manifestou disponibilidade para acolher algumas das propostas que passam, por exemplo, por maior abertura a não filiados no PS para contributos, ou por um laboratório que possa elaborar uma Agenda do Futuro
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Na véspera da apresentação da candidatura de José Luís Carneiro à liderança do PS, Miguel Prata Roque anuncia que está fora da corrida, mas remete uma nova avaliação para o próximo ano
“Não havendo, por ora, lugar a um debate profundo, plural e clarificador sobre a estratégia futura a adotar, o movimento Semear Esperança não apresentará candidato às Eleições Diretas de 27 e 28 de junho,” clarifica Miguel Prata Roque.
O antigo secretário de Estado e comentador tinha admitido estar a ponderar candidatar-se para combater aquilo que classificou como "consensos balofos" e uma tentativa de "amordaçar o debate interno" no PS.
Em comunicado a que a TSF teve acesso, Miguel Prata Roque, rosto do movimento Semear a Esperança que integra vozes socialistas, adianta que José Luís Carneiro manifestou disponibilidade para acolher algumas das propostas que passam, por exemplo, por maior abertura a não filiados no PS para contributos, ou por um laboratório que possa elaborar uma Agenda do Futuro.
“Após partilha e debate interno desta Agenda de Futuro, o anunciado candidato a secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, transmitiu ao movimento Semear Esperança que partilha dessa preocupação em abrir o PS ao exterior e a uma nova forma de fazer Política. E que se dispõe a acolher essas (ou algumas dessas) propostas, caso venha a ser eleito”, lê-se no comunicado.
Apesar de não avançar agora com a candidatura, Miguel Prata Roque lembra que, caso seja eleito, o mandato de José Luís Carneiro termina no início do próximo ano, e reserva para essa altura uma avaliação da liderança do PS: “A seu tempo, no final do atual mandato dos órgãos nacionais do PS, cá estaremos para avaliar a eficácia e o grau de execução dessa Agenda do Futuro,” avisa.
Prata Roque adianta que as eleições diretas marcadas para 27 e 28 de junho “circunscrevem-se à escolha de alguém para completar o atual mandato do Secretário-Geral cessante, que terminaria em janeiro de 2026,” e que ainda não foi marcada data para a eleição de delegados ao Congresso Nacional para discussão de Moção Política Global e eleição dos órgãos nacionais, nem para essa reunião magna.
Entre as propostas do movimento Semear a Esperança estão a eleições Primárias para a liderança do PS em 2027, para escolha de um terço das candidaturas às próximas eleições legislativas e às autárquicas de 2029.
Outras propostas passam pela criação de um Laboratório de Inovação Governativa, “que reúna especialistas e personalidades da sociedade civil, com vista a debater e elaborar uma Agenda do Futuro, que permita ao PS voltar a ser governo em 2029” ; uma Cimeira do Futuro “pessoas não filiadas no PS” darem contributos para o Programa de Governo e Orçamento de Estado.