“Não houve interferência política” no caso das gémeas: Santos Silva rejeita contactos com Marcelo e filho
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros foi esta terça-feira ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito
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Augusto Santos Silva, na qualidade de ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, garantiu esta terça-feira que não há qualquer documento que sustente a "intervenção" do anterior Governo na atribuição da nacionalidade portuguesa às gémeas luso-brasileiras.
Ouvido esta terça-feira na comissão parlamentar de inquérito sobre o caso das gémeas luso-brasileiras, Augusto Santos Silva deu conta que enviou a 4 de julho um requerimento ao atual ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, a pedir acesso a documentos ou informações que refiram o nome dele ou a intervenção do gabinete no processo.
“Mais se informa, não ser conhecido neste gabinete, nem no gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, nem em qualquer serviço do Ministério dos Negócios Estrangeiros, como solicitou, qualquer outro documento ou informação que refira direto ou indiretamente o meu nome ou a intervenção do meu gabinete no processo ocorrido no consulado de São Paulo”, disse.
Em resposta a uma pergunta do PAN, Santos Silva acrescentou ainda que nunca foi contactado pelo Presidente da República ou pelo filho Nuno Rebelo de Sousa sobre este processo, assim como nunca fez qualquer contacto para atribuição da nacionalidade portuguesa às gémeas luso-brasileiras.
Confio nos funcionários e nas instituições
A audição de Augusto Santos Silva foi pedida pela IL e levantou questões ao deputado do PSD António Rodrigues: "Não terá vindo cá para regressar a um tempo em que o presidente da AR se empolgava em relação a alguns grupos parlamentares para de alguma forma extrair daqui alguma posição política em relação a esta matéria?"
"Intrigado" Santos Silva respondeu e foi mais longe: "Pergunte isso aos partidos que aprovaram o meu depoimento, incluindo o seu."
A audição desta terça-feira durou uma hora e meia. O PS saiu em defesa de Santos Silva, falou em motivações políticas e não fez qualquer pergunta ao antigo ministro.
Notícia atualziada às 16h42