"O PSD esteve desaparecido". José Eduardo Martins espera "iniciativa política"
Há três 'infiltrados' no 37.º Congresso do PSD. Daniel Oliveira, João Galamba e Francisco Mendes da Silva juntaram-se a José Eduardo Martins no Congresso do PSD para uma emissão especial do programa "Sem Moderação".
Corpo do artigo
O social-democrata José Eduardo Martins aplaudiu o facto de Rui Rio ter dado ênfase nas autárquicas, e não legislativas, na sua intervenção no congresso do PSD.
Isto "na sequência de uma eleições autárquicas que perdemos copiosamente, e portanto o PSD toda a gente disse está em risco de perder a liderança das autarquias e isso não é nada indiferente ao PSD", justificou.
"Embora possa ser feita a leitura que ele está a fazer uma projeção de vida longa à frente do PSD, independentemente do resultados das legislativas (coisa que acho legítima), acho muito bem que se preparem as autárquicas com antecedência. Não podes pedir ao Fernando Negrão, ao Fernando Seara e à Teresa Leal Coelho que sejam candidatos a seis meses de distância e tenham um projeto vencedor".
O discurso de Rio "serviu essencialmente para acabar com essa conversa toda do bloco central" e manifestar "a ambição do PSD de ganhar eleições", destacou,
"Não acho que nas grandes linhas do que nos fez sair da bancarrota e do que nos fez executar o programa da troika, estando hoje numa situação diferente daquela que Passos encontrou, não imagino Rui Rio no lugar de Passos Coelho a ter feito coisas substancialmente diferente".
Do discurso de Rui Rio no último dia de congresso, José Eduardo Martins espera "iniciativa política". Que "venham aí duas ou três propostas concretas, que ele ache prioritárias e queira colocar em marcha".
"O PSD esteve desaparecido, há cinco ou seis meses, não podemos voltar a passar por um período destes".
"Não vejo no discurso de Rui Rio qualquer tipo de ameaça", considerou por sua vez João Galamba. "Para além dos slogans de uma revolução, sem concretizar" propostas, Rui Rio tem um um "discurso sem conteúdo".
Para o socialista, o novo líder social-democrata "não só não consegue uma alternativa como não parece ser mobilizador".
Destacando a "sinceridade" e a "honestidade" de Rui Rio, por um lado, Francisco Mendes da Silva diz que o novo líder social-democrata não pode ficar refém de preconceitos, nomeadamente no que toca à relação com a imprensa.
O centrista condena sobretudo a escolha de Elina Fraga para a vice-presidência, recordando que enquanto bastonária da Ordem dos Advogados fez uma queixa-crime contra os ministros de Passos Coelho.
"Ou é falta de jeito ou é para vincar as diferenças para com Passos Coelho", defende.