A delegação do Partido Popular Europeu, da qual Bugalho fazia parte e que pretendia assistir às eleições presidenciais de domingo na Venezuela, foi impedida de entrar no país
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O eurodeputado Sebastião Bugalho acusou, em declarações à TSF, as autoridades venezuelanas de má-fé. De regresso a Lisboa, o social-democrata explicou o que aconteceu na sexta-feira em Caracas.
A delegação do Partido Popular Europeu, da qual Bugalho fazia parte e que pretendia assistir às eleições presidenciais de domingo na Venezuela, foi impedida de entrar no país. O deputado europeu afirma que nem sequer passaram a fronteira, algo que não compreende.
"Não nos deixaram entrar. Não fomos só nós. Infelizmente também o ex-Presidente do México, da Costa Rica, do Panamá, da Bolívia e uma vice-presidente da Colômbia não puderam acompanhar o fim de semana eleitoral venezuelano devido a uma decisão algo incompreensível da parte da administração venezuelana que nos comunicou na fronteira que não nos autorizava a entrar. No meu caso até foi um bocadinho ainda mais inusitado porque fez uma proclamação única para um conjunto de pessoas que tinham funções diferentes. Por exemplo, fez a mesma proclamação para membros de uma ONG e membros de outra ONG. Eu como eurodeputado, o Esteban González Pons como vice-presidente do Parlamento Europeu, um senador espanhol e dois congressistas espanhóis. Todos tivemos a mesma proclamação, que era que nos recusavam o estatuto de observador eleitoral. Coisa que nós nunca pedimos", contou à TSF Sebastião Bugalho.
Na quarta-feira, um dos homens fortes do regime de Nicolás Maduro disse que quem não fosse convidado não poderia entrar na Venezuela. Ainda assim, Sebastião Bugalho não esperava o que aconteceu e diz que as autoridades de Caracas não agiram de boa-fé.
"Não queremos o estatuto de observador eleitoral porque não iríamos ser observadores eleitorais no sentido oficial, isto é, no sentido do escrutínio de mesas eleitorais, de urnas. Como sabe é isso que implicaria esse estatuto. Nós não o pedimos porque não o queríamos. Nós simplesmente notificámos ou avisámos, informámos formalmente, institucionalmente, diplomaticamente as autoridades venezuelanas a priori. Gostaríamos de estar presentes este fim de semana na Venezuela a convite da oposição democrática e nunca nos disseram formalmente que seríamos inadmitidos ou que não éramos bem-vindos. Nós fomos de boa-fé e esperávamos ser recebidos de boa-fé, infelizmente tal não aconteceu", explicou o eurodeputado do PSD.