Não se lembrou do regime em que estava casado e indignação com cartazes: Montenegro defende-se e ataca
O primeiro-ministro em gestão fala sobre o "escrutínio político" a que foi sujeito e que "nenhum português queria eleições nesta fase"
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O primeiro-ministro em gestão assinalou, esta tarde na TVI, o facto de não ser acusado de "nada", considerando que nunca "alguém foi escrutinado a este nível". Na mesma entrevista, Luís Montenegro falou sobre os acontecimentos do último mês que levaram à queda do Governo, da empresa familiar ou do cartaz da polémica, que levou a uma resposta mais crispada.
Em entrevista ao programa de entretenimento 'Goucha', apresentado por Manuel Luís Goucha - que há um ano, nas últimas legislativas, apoiou publicamente a AD (coligação que junta o PSD e o CDS) -, Montenegro considera que podia "ter-se lembrado [que está casado em comunhão de bens adquiridos]": "Devia ter passado logo para os meus filhos? É verdade, talvez hoje teria sido a melhor opção."
O também líder do PSD disse que "o escrutínio faz parte da vida política democrática", mas que "uma ou outra coisa podia ter sido enquadrada de maneira diferente". Contudo, afirma que "não é acusado de ter cometido alguma ilegalidade ou de alguma conduta ilícita".
"Fui duas vezes ao Parlamento responder a perguntas dos deputados, respondi a jornalistas, respondi por escrito aos dois partidos que me fizeram perguntas [BE e Chega]. Por acaso o Partido Socialista nunca me fez perguntas sobre o tema. Admito que ainda haja questões que querem ser aprofundados e eu estou disponível."
Luís Montenegro afirma que mostrou todos os rendimentos dos últimos 15 anos e que já são conhecidos os clientes da Spinumviva: "Até sabem quanto custaram as minhas casas, em Espinho e em Lisboa."
O primeiro-ministro em gestão falou, num tom mais crispado, sobre a notícia da providência cautelar contra o Chega, para a retirada dos cartazes em que aparece ao lado do ex-chefe do Governo socialista José Sócrates, ambos associados ao tema da corrupção: "Não é admissível que nos sejam imputados comportamentos que não temos. Eu não posso ser associado a nenhum comportamento de corrupção porque eu nunca tive nenhum auto de corrupção."
Por fim, Montenegro disse que "nenhum português queria eleições nesta fase", considerando que "os níveis de satisfação do Governo eram altíssimos".
