Em entrevista ao DN, António Costa salienta que é preciso distinguir Trump dos EUA, um "parceiro" e "aliado" no âmbito da NATO. Europa "ao serviço dos cidadãos" é solução para os "populismos".
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O primeiro-ministro considera que os Estados Unidos são um parceiro económico "cada vez mais importante" e que serão "sempre um aliado fundamental" no âmbito da Aliança Atlântica (NATO), defendendo, no entanto, face à "evolução" da posição norte-americana em matérias como o acordo de Paris ou o acordo nuclear com o Irão, é preciso que a Europa una esforços em matéria de política externa.
"Esta evolução da posição nos Estados Unidos, bem como a evolução da posição na Turquia ou na Rússia, demonstram bem como a Europa tem de ser capaz de ter uma política externa comum, porque cada um dos países europeus - por muito grande que seja - é hoje um pequeno país à escala global", afirma António Costa, na segunda parte da entrevista ao Diário de Notícias.
Além da saída do acordo de Paris sobre as alterações climáticas, os últimos tempos ficaram marcados pela retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão, nesse sentido, o primeiro-ministro sublinha que a "unidade faz a força", para que a Europa tenha "maior peso" num "novo mundo que é cada vez mais complexo" do que era há alguns anos.
Incitado a fazer uma leitura sobre aquela que tem sido, desde o início de 2017, a liderança de Donald Trump na administração norte-americana, António Costa afirma: "Não sou o presidente do clube dos fãs do presidente Donald Trump, mas não reduzo os Estados Unidos ao presidente Trump nem à sua presidência".
E acrescenta: "Não podemos confundir os países com aqueles que circunstancialmente os governam".
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Nesta entrevista ao DN, António Costa fala ainda sobre o modelo que deve ser seguido pela Europa no combate aos fenómenos populistas, defendendo o primeiro-ministro que para combater os "populismos" é preciso que os europeus sintam que estão protegidos por uma Europa que esteja "ao serviço dos cidadãos".
"A Europa tem frustrado muitas vezes os povos e, se nós queremos combater o protecionismo, o isolacionismo, o excesso de nacionalismo e o populismo nós temos de repor a Europa a funcionar e ao serviço dos cidadãos", considera o chefe de Governo, que acrescenta que a "retração" não é a solução ideal para continuar a "proteger" os Europeus das ameaças externas.
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