"Não tenho mais nenhuma ambição na vida política e pública que não seja governar o país”
À TSF, Luís Montenegro mostra otimismo em relação ao resultado das legislativas, apesar de as eleições serem “sempre uma coisa em aberto.” Insiste que só governa se vencer e "com total liberdade, incluindo de futuras eleições".
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No dia em que Cavaco Silva se junta à campanha da Aliança Democrática (AD), culminando o convite feito a antigos líderes que foram surgindo nas duas últimas semanas, Luís Montenegro não esconde a satisfação, em entrevista à TSF.
“Estou muito orgulhoso por poder ver no final da campanha que o meu partido inteiro esteve comigo.”
Luís Montenegro admite que esta é a campanha “mais importante” que já realizou.
“Eu não tenho mais nenhuma ambição na vida política e pública que não seja governar o país, que não seja ter esta oportunidade de transformar a vida de Portugal, de criar as bases, de termos um crescimento económico sustentado e duradouro, com níveis que sejam mais do dobro daquilo que foram nos últimos anos,” garante.
Luís Montenegro indicia que depois de cumprir essa tarefa, tenciona sair de cena (“só me restará deixar a vez para outros”), mas questionado sobre se são planos para os próximos oito anos, não fixa uma data, garantindo apenas que” ao contrário de outros, não vê nestas eleições o seu próprio futuro político
“Evidentemente que o meu futuro político depende da eleição, mas eu não estou preocupado com isso. Estou preocupado em esclarecer as pessoas até domingo. Eu não vou estar a calcular mais nada na minha vida política. Vou mesmo governar com total liberdade, com total Independência, incluindo de futuras eleições.
Satisfeito com a forma como a campanha decorreu, afirma-se concentrado em explicar como pretende “promover uma mudança política e governar o país,”
Apesar de, por várias vezes, ter dito que pretendia uma reconciliação com os pensionistas, Montenegro explica que nesse caso, “houve um afastamento que não tinha justificação e era preciso, obviamente, reconhecer isso.”
“Acho que o reconhecimento daquilo que não está menos bem ou, ou melhor, o reconhecimento daquilo que está menos bem, é o primeiro passo para fazer bem.”
Enquanto acusa o adversário Pedro Nuno Santos, de “esgrimir aos berros” o líder da AD contrapõe ao cenário de “medo” , “um período seguro de recuperação ainda maior das condições de vida de todos.”
Para o líder da AD, só o desafio de vencer a 10 de março pode corresponder à ambição que encontra espelhada nas sondagens mais recentes.
“Espero ter no domingo uma fonte de legitimação para governar o país. Eu sempre disse, e não era por acaso, que só governaria se ganhasse as eleições,” garante na conversa com a TSF entre um café e uma Água das Pedras.
Na conversa, explica que aproveita as pausas para “ comer qualquer coisa e ir também bebendo líquidos . A hidratação é fundamental por várias razões, incluindo para manter a voz” que até agora não falhou.
É também nos momentos de pausa que Luís Montenegro toma notas e tenta “sossegar um bocadinho a adrenalina” para manter o foco.