"Não tenho medo de nada. Tenho a experiência do maior escrutínio a que a democracia portuguesa já assistiu"
O primeiro-ministro em gestão garante que não vai "desperdiçar nenhum segundo nem nenhuma gota de esforço" para dar aos portugueses "argumentos" para que "confiem" no programa da AD e, sobretudo, em si
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Luís Montenegro garantiu esta sexta-feira que possui a "experiência do maior escrutínio a que a democracia portuguesa já assistiu" e mostrou-se, por isso, "confiante" perante um país que "já percebeu muito bem que tem um primeiro-ministro em quem pode confiar".
"Não tenho medo de nada. Tenho a experiência do maior escrutínio a que a democracia portuguesa já assistiu. Até acho uma certa graça que haja alguns responsáveis políticos a exigirem ao primeiro-ministro, que foi o mais escrutinado de sempre, mais transparência, quando eles próprios deviam aplicar essa transparência a si", atirou Montenegro, em declarações aos jornalistas, a partir de Vila Real.
As afirmações do chefe do Governo em gestão surgem após ter sido questionado se teme que o caso da Spinumviva possa afetar os meses que antecedem as eleições. Montenegro respondeu que "acredita no discernimento" do povo português para "compreender tudo aquilo que sejam os fatores que contribuem para a sua decisão". E assegurou: "Não tenho dúvidas de que os portugueses e portuguesas já perceberam o que é que aconteceu. Já perceberam muito bem que têm um primeiro-ministro em quem podem confiar, que podem projetar para os próximos anos a continuação de uma governação boa para a vida das pessoas."
Sublinhou, contudo, que não vai "desperdiçar nenhum segundo nem nenhuma gota de esforço" para dar aos portugueses "argumentos" para que possam confiar no programa da AD e, sobretudo, no chefe do Executivo em gestão.
Já sobre a sondagem da SIC/Expresso, que dá vantagem à AD em relação ao PS nas eleições legislativas, marcadas para 18 de maio, o primeiro-ministro reconheceu que o resultado do estudo de opinião é "encorajador", mas não passa disso mesmo.
"Ao longo da minha vida política disse sempre uma coisa sobre sondagens: não me deprimo quando elas são más, nem fico deslumbrado quando elas são boas", justificou.
Avançou ainda que a sua "obrigação" é somente "esclarecer" os portugueses a tempo das legislativas sobre o "propósito" da candidatura da AD e, no fundo, dar argumentos "suficientes" aos eleitores para que a sua decisão possa "recair" em si. Nota ainda a "estranheza" de estar num evento enquanto primeiro-ministro e falar enquanto candidato às eleições.
Expressou igualmente a esperança de que a campanha eleitoral possa acontecer em moldes que permitam os eleitores "discernir e distinguir aquilo que diferencia os candidatos e os seus projetos".
"Temos 11 meses de trabalho governativo para poder mostrar aos portugueses e portuguesas do que é que somos capazes e podermos projetar aquilo que ainda vamos fazer no futuro. Estou muito confiante quanto a isso", aponta, acrescentando que o país tem atualmente "todos os elementos" para poder ponderar qual é o "melhor projeto, liderança política e rumo para o país".
Sublinhou também que "está motivado" para a campanha eleitoral e para dar continuidade ao trabalho que levou a cabo no último ano para tornar Portugal num país que "paga menos impostos, melhores salários, que está a resolver problemas estruturais da saúde" e que consiga perspetivar um "futuro para os jovens".