"Não vamos celebrar nenhum acordo permanente." Montenegro diz que revisão constitucional "não é prioridade"
Assegurando que ainda não há "um calendário", Luís Montenegro revela que o novo Governo terá por base a equipa que o acompanhou no último ano
Corpo do artigo
O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, garantiu esta quinta-feira que a AD não fará nenhum acordo permanente de governação ou incidência parlamentar durante a legislatura e afirmou que uma eventual revisão constitucional "não é uma prioridade" para o próximo Governo.
"Nós não vamos celebrar nenhum acordo permanente de governação ou incidência parlamentar com nenhuma força política. Vamos negociar com todas as forças políticas", disse Luís Montenegro à saída do Palácio de Belém, depois de ter sido indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Um dos temas mais discutidos desde o dia das eleições é uma eventual revisão constitucional à direita, mas o primeiro-ministro recusa entrar na discussão: "Aproveito para dizer sobre a revisão constitucional que não é uma prioridade para o Governo (...) Não estamos disponíveis para alimentar essa discussão."
Assegurando que ainda não há "um calendário", Luís Montenegro revela que o novo Governo terá por base a equipa que o acompanhou no último ano.
"Nós vamos formar um Governo que será necessariamente novo. É uma legislatura nova que se vai projetar no seu trabalho para os próximos quatro anos e, portanto, vai ser constituído por muitos elementos que transitam do Governo anterior, mas terá energia renovada", explicou, dizendo que essa será uma tarefa a que se vai dedicar "nos próximos dias".
Como prioridades para a legislatura, Montenegro deixa alguns destaques: "O Governo vai dar sequência ao trabalho que vem realizando no último ano (...) Agora vamos concentrar-nos em dar primazia ao crescimento da economia portuguesa e à criação de riqueza (...) Vamos continuar a transformar o SNS, a dar qualidade da escola pública, a executar o nosso plano de investimento público no setor da habitação, a favorecer a mobilidade dos portugueses, a dar regulação e dignidade no setor da imigração, a reforçar o policiamento de proximidade e o sentimento de segurança dos portugueses e a apostar numa política fiscal que possa ser um dos fatores de retenção do nosso capital humano, essencialmente dos mais jovens."