Pedro Passos Coelho acusa o Governo de se manter em silêncio em questões de Estado que dizem respeito a todos os portugueses.
Corpo do artigo
Em vésperas das autárquicas de 1 de outubro, o Governo só queR falar dos "aumentos que quer dar e da baixa de impostos que quer oferecer", condenou o Passos Coelho num almoço com autarcas e empresários na Golpilheira, Leiria.
Reportagem de António Pinto Rodrigues
Para o líder do PSD, a explicação é simples, deve-se à falta de entendimento entre PS e os partidos que apoiam o executivo socialista em relação a várias questões.
"Tudo o que trate de discutir outras coisas que são importantes e nas quais, nós sabemos, a geringonça não se entende, essas, silêncio absoluto, enfia-se a cabeça na areia como se as questões não existissem", acusou.
Passos Coelho voltou a referir-se aos dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em particular aos do investimento público.
"Nos primeiros seis meses do ano, metade do ano, só cresceu 1,2% em relação ao ano anterior. Sabem quanto é que no Orçamento do Estado se prevê que cresça em relação ao ano passado? Mais de 21%", alertou.
"Alguém acredita que vai crescer nestes meses que sobram o suficiente para que esta meta seja atingida? Não", acrescentou.
Para o líder do PSD, estes números significam que "a própria receita socialista, que é gastar mais, desde logo em investimento", implicava "um outro desempenho do Estado".
"Quem ouça os membros do Governo, parece que agora é que o investimento vai arrancar. Mas já lá vai tanto tempo e os projetos não saem do papel", acusou.
Passos Coelho lamentou que o executivo tenha passado os primeiros dois anos "a dizer mal do anterior Governo" e só agora pareça "começar a acordar para a realidade".
"Tem-se feito muito a olhar para o curto prazo, a desafiar um bocadinho as probabilidades, a esticar um bocadinho a corda, a criar expectativas muito elevadas", criticou.