Fernando Rosas acredita que é muito natural que os partidos que suportam a maioria do governo no parlamento tenham a possibilidade de se fazer representar no Conselho de Estado.
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O antigo deputado do Bloco de Esquerda, Fernando Rosas, em entrevista à TSF, não tem dúvidas sobre a decisão que o Partido Socialista deveria tomar em relação aos nomes que irá propor para o Conselho de Estado. "É expectável e aconselhável que o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista possam estar representados no Conselho de Estado visto que sustentam a atual maioria que suporta o governo no parlamento".
Para o historiador, "o Conselho de Estado é um órgão de aconselhamento do Presidente da República por isso é natural que esses partidos tenham o seu lugar". Fernando Rosas acredita que será isso que vai acontecer, apesar de não saber qual a opinião do PS sobre o assunto, bem como a posição do PCP.
Ainda assim, Fernando Rosas acredita que ninguém rasga as vestes por uma coisa destas, apesar de a decisão estar do lado do PS. "Do ponto de vista do sistema da escolha dos deputados parece que terá que passar pela cedência de lugares do PS. Mas como o PS também já tem mais lugares do que aqueles a que tem direito por causa das inerências da chefia do governo e da presidência da Assembleia, é natural que possa partilhar a sobre-representação com os partidos que o suportam no parlamento".
Mais do que pensar em nomes, o historiador frisa que o que interessa é o princípio, ou seja, a representação do BE e PCP no Conselho de Estado, tal como aconteceu com o anterior governo, quando "a maioria PSD cedeu lugares ao PP".
Quanto à hipótese de Carvalho da Silva, como um nome que poderia ser proposto pelo PS, por agradar a todos, Fernando Rosas acredita que o caminho não passa por aí. "Carvalho da Silva é um nome sempre bem-visto numa representação deste tipo, mas penso que neste caso deveriam ser representantes do BE e PCP. Inclinar-me-ia mais para essa situação, apesar de Carvalho da Silva ser um nome muito respeitável.