Noite eleitoral em análise: "populistas empatados", campanha "virada para espetáculo" e o "problema grave" do fim do bipartidarismo
No programa da TSF e da CNN Portugal, O Princípio da Incerteza, o ministro Pedro Duarte espera que "uma noite de sono" faça Pedro Nuno Santos refletir sobre a perda de 20 deputados
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Uma ascensão à direita, um trambolhão à esquerda. Os resultados da noite eleitoral subiram a debate no programa da TSF e da CNN Portugal, O Princípio da Incerteza.
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O ministro dos Assuntos Parlamentares considera que a postura "quase obsessiva" do PS em "tentar encontrar qualquer coisa" acabou a tornar-se "um ato de populismo" e, nesse "campo", acabou empatado com o Chega.
Pedro Duarte espera que os resultados eleitorais "sirvam de lição" para quando se quer debater não se faça "através da construção artificial de circunstâncias em que se põe em causa a honorabilidade das pessoas sem ter qualquer fundamento para isso".
É indecente do ponto de vista moral. Isso foi feito manifestamente pelo líder do Partido Socialista [Pedro Nuno Santos]. Acho que ainda hoje [domingo à noite] não percebeu, mas talvez com uma noite de sono possa perceber melhor o que lhe aconteceu.
Assinalando que o sistema político português "mudou estruturalmente", Alexandra Leitão sublinha, por sua vez, que a subida do Chega segue a tendência que se tem verificado na Europa, onde a "extrema-direita com um conjunto de caraterísticas que deve preocupar" está a ganhar cada vez mais poder.
Para a socialista, a campanha eleitoral, por ter sido "mais virada para o espetáculo e menos para a mensagem, a não ser na fase dos debates", "favoreceu" o Chega, que "tem um programa eleitoral facílimo de desmontar nas suas medidas".
Nesta linha, o historiador Pacheco Pereira avisa que o fim do bipartidarismo é "um problema muito mais grave, a curto prazo, para o Governo da AD do que é para qualquer outro partido político". Na sua leitura, o PS vai atravessar uma fase de mudança.
A coligação encabeçada por Luís Montenegro é a vencedora da noite de 18 maio. Com quatro mandatos por atribuir, PS e Chega estão empatados, com 58 deputados cada. Bloco de Esquerda fica reduzido a Mariana Mortágua, mas Livre cresce. PAN mantém-se vivo, entra JPP na Assembleia da República.
