Nova coligação negativa? PS prepara-se para ver aprovada redução do IVA da eletricidade para "mais de três milhões de pessoas"
A medida, segundo as contas do PS, terá um impacto entre os 80 e os 90 milhões de euros
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Em cima da mesa, estão propostas de todos os partidos, menos dos que suportam o Governo (PSD e CDS-PP), mas só a proposta socialista deve recolher os votos suficientes para seguir para a fase de especialidade.
O PS prepara-se para ver aprovada mais uma das promessas eleitorais, numa nova coligação negativam, com a abstenção do Chega. Depois redução das portagens ou do alargamento do apoio ao alojamento estudantil para os alunos da classe média, os socialistas querem agora baixar o IVA da eletricidade para a taxa reduzida para mais de três milhões de portugueses.
Das cinco promessas eleitorais do PS, quatro já avançaram, e nesta sexta-feira também a redução do IVA da eletricidade para mais de três milhões de pessoas deve ter luz verde. Ao que a TSF apurou, o Chega deve abster-se, e a Iniciativa Liberal junta oito votos favoráveis à esquerda. Contas feitas: a proposta desce à fase de especialidade.
Em declarações à TSF, a líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, explica que o partido quer aumentar para o dobro o consumo de eletricidade sujeito à taxa de 6%. Ou seja, a taxa mínima será aplicada aos primeiros 200 kWh de energia elétrica, em cada mês.
“A medida visa aumentar os limiares de consumo que continuam abrangidos pelos 6% de IVA. Agora, aumentamos esses limiares para que as pessoas possam beneficiar da taxa mínima em maiores consumos”, acrescenta a líder parlamentar do PS.
A medida, de acordo com as contas do PS, terá um impacto entre os 80 e os 90 milhões de euros, e deve chegar “a três milhões de pessoas”. Alexandra Leitão nota que trata-se de uma proposta “responsável financeiramente” e “com um grande impacto” na vida dos portugueses.
E daí o apelo de Alexandra Leitão para que a restante oposição vote ao lado do PS, numa nova coligação negativa. O Governo já acusou o PS de querer governar a partir da Assembleia da República, mas Alexandra Leitão lembra que os votos nas eleições legislativas resultaram num Parlamento fragmentado.
“Oposição não é só dizer mal, não é só reagir. Ser oposição também é tentar cumprir o seu programa, sobretudo num contexto em que, convenhamos, a fragmentação na Assembleia da República é a prova de que os portugueses quiseram que ambos os programas pudessem ser aprovados”, salienta, numa referência também à Aliança Democrática.
Em cima da mesa, estão propostas de todos os partidos, menos dos que suportam o Governo (PSD e CDS-PP), mas só a proposta socialista deve recolher os votos suficientes para seguir para a fase de especialidade.