Novo aeroporto. Pinto Luz rejeita desentendimentos com Miranda Sarmento: "Somos muito amigos"
Além de negar desentendimentos, o ministro das Infraestruturas pede que seja dado "tempo" ao Executivo para analisar o documento da Vinci
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O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, rejeita qualquer desentendimento com o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, sobre o novo aeroporto de Lisboa.
Joaquim Miranda Sarmento admitiu que, afinal, o aeroporto pode ter custos para os contribuintes, depois de, em maio, Miguel Pinto Luz ter garantido que o aeroporto Luís de Camões não ia custar um euro aos contribuintes.
"Estão sempre à procura que nós possamos dizer um bocadinho mais. Já disse tudo o que tinha a dizer sobre o tema. A posição do Governo está absolutamente transparente e clara. [Eu e o ministro das Finanças] Somos muitos amigos", refere Miguel Pinto Luz.
Sobre a polémica, o governante desvaloriza e reitera que os contribuintes não vão ter de pagar a nova infraestrutura aeroportuária.
Nas declarações aos jornalistas, nesta manhã de quinta-feira em Lisboa, não quis adiantar detalhes sobre os custos até que o relatório final seja publicado.
Garante que não houve derrapagens no Orçamento, apesar de o relatório inicial referir que o novo aeroporto vai ser dois mil milhões de euros mais caro do que o previsto. Pede, então, que seja dado "tempo" ao Governo.
"Os dois mil milhões foi a avaliação dos custos por parte da comissão técnica independente. A Vinci agora tem um valor, [que] não é público ainda, está no relatório e o Governo tem o seu tempo para tomar a decisão. É importante darmos tempo ao tempo e este é o tempo do Governo, de nos próximos 30 dias fazer a sua avaliação."
O relatório final vai ser publicado a 17 de janeiro. O ministro das Infraestruturas recusa, por isso, as acusações que lhe têm sido feitas de falta de transparência.
"Não há opacidade nenhuma. Porquê? Porque daqui a 30 dias, depois do Governo tomar uma posição sobre o relatório que recebeu da Vinci, teremos seis meses para discutir com todos os portugueses, todos os interessados, aquilo que concordam e não concordam. Portanto, é um processo participado, com as regras claras desde o início. E tudo o que diz respeito à preocupação ambiental, à avaliação ambiental, não será de forma nenhuma colocado de lado."
Miguel Pinto Luz garante ainda que vai estar sempre disponível para prestar esclarecimentos no Parlamento, se a oposição assim o entender.
