Novo diretor-executivo do SNS? BE fala em nomeação pelo "cartão partidário", IL diz que pessoas não têm sido prioridade
No Conselho de Líderes da TSF, Fabian Figueiredo recorda quando Ana Paula Martins classificou os dirigentes do SNS como "fracos" e, agora, "muitos deles têm sido substituídos por figuras do PSD". Mariana Leitão nota que Gandra D'Almeida "não resolveu absolutamente nada" e é preciso ver o que fará o sucessor
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Tanto o Bloco de Esquerda como a Iniciativa Liberal defendem que o Governo deve explicações sobre os últimos desenvolvimentos na área da saúde. No programa da TSF Conselho de Líderes, Mariana Leitão e Fabian Figueiredo concordam que os "interesses políticos" têm-se sobreposto à preocupação com o bom funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, confirmou esta terça-feira a nomeação do economista e antigo deputado do PSD Álvaro Santos Almeida como novo diretor-executivo do SNS, substituindo assim António Gandra D’Almeida.
Destacando que Gandra D'Almeida "não resolveu absolutamente nada" e é preciso esperar para saber o que fará Álvaro Almeida, a líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, afirma que o interesse das pessoas é que o SNS funcione e isso não tem acontecido.
"Sabemos que [Álvaro Almeida] é alguém que vem da estrutura do PSD, sabemos também que houve várias demissões ao nível dos conselhos de administração [das Unidades Locais de Saúde] por conveniências políticas. Acima dos partidos e desses eventuais interesses, têm de estar os interesses das pessoas e isso, claramente, não está a ser salvaguardado nem por esta ministra, nem pelo primeiro-ministro no que toca à área da saúde, porque continuamos com inúmeros problemas."
Já Fabian Figueiredo, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, considera que a escolha de Álvaro Almeida é comandada pelo "cartão partidário". E enumera: "Tem no seu currículo que foi deputado do PSD, também candidato à Câmara do Porto pelo PSD e que é um homem muito próximo de Eurico Castro Alves [coordenador da elaboração do plano de emergência do SNS], como, aliás, é público e sabido."
O bloquista não esquece quando a ministra da Saúde classificou os dirigentes do SNS como "fracos" e, agora, é "notório que muitos deles têm sido prontamente substituídos por figuras do PSD".
A proposta do BE é que os cargos "relevantes para o funcionamento dos hospitais sejam preenchidos por concurso público e, sobretudo, pelas pessoas mais competentes para resolver os problemas do SNS".
