
Manuel de Almeida / Lusa
Secretário-geral do PCP responde às declarações de António Costa que, em entrevista à Renascença, afirmou que, "havendo disponibilidade" da esquerda, seria "útil" renovar os acordos.
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O primeiro-ministro diz que, com ou sem maioria absoluta nas próximas legislativas, vê com bons olhos uma continuidade dos acordos com PCP, PEV e BE, mas Jerónimo de Sousa considera que, apesar de algumas notas "positivas" que resultaram d posição conjunta que foi assinada com os socialistas, ainda é cedo para que as partes assumam uma posição definitiva.
"Sempre sabendo honrar os compromissos, nunca esquecendo que o principal é com os trabalhadores e com o povo, mas, naturalmente não podendo subestimar esses aspetos críticos e, por isso, ninguém faça contas apressadas", disse o secretário-geral do PCP, em Lisboa, no final da sessão pública "Capitalismo, Soberania, Desenvolvimento tecnológico: novas e velhas questões".
Para Jerónimo de Sousa, apesar de alguns "avanços" em áreas como os "rendimentos dos trabalhadores", a "carga fiscal" ou os "direitos sociais", é preciso não esquecer as "divergências" que existem entre PS e PCP em temas como "contratação coletiva, caducidade dos contratos, alterações à legislação laboral" ou, mais recentemente, no que diz respeito à solução encontrada pelo Executivo socialista para o Novo Banco.
"Esta opção [a venda do Novo Banco] foi má. Há quem meça se foi menos má, há quem diga que se foi pior. Nós consideramos que é má e que se o Governo, também nesta matéria, se libertasse das imposições da União Europeia, quem ficaria a ganhar seria Portugal e os portugueses", insistiu.
Já questionado sobre o Montepio, o líder comunista não se demorou na resposta, mas reiterou: "Quando se fala do setor bancário, eu penso que, tal como a maioria dos portugueses, nós ficamos preocupados".
Esta terça-feira, em entrevista à Renascença, António Costa afirmou que, no conjunto do sistema financeiro, o Montepio é um "problema conciso, bastante limitado".