"Nunca estivemos tão perto do totalitarismo. É um pesadelo de um controlo absoluto"
Francisco Louçã está preocupado com o caso do acesso a dados do Facebook por parte da Cambridge Analytica. "É um enorme perigo para as democracias e um enorme perigo para a vida coletiva."
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No espaço habitual de comentário na TSF, às sextas-feiras, Francisco Louçã comentou os desenvolvimentos do caso Facebook e dos dados de utilizadores a que a Cambridge Analytica teve acesso.
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"Nunca estivemos tão perto da moção mais impositiva do totalitarismo", começou por dizer Louça. "É um pesadelo de um controlo absoluto sobre as nossas vidas, sobre os nossos espaços, sobre o que pensamos, com quem conversamos, o que dizemos, o que escrevemos, para determinar depois o que pensarmos ou o que viermos a pensar."
Francisco Louça considera ainda que as democracias apenas "resistirão" se estes processos de manipulação forem abolidos. "Esse é portanto um enorme perigo para as democracias e um enorme perigo para a vida coletiva, em que as opiniões se formam na conversa, na discussão, nas propostas, nas alternativas e não na manipulação. As democracias sobrevivem ou resistirão se conseguirem domesticar estes processos e impedirem esta manipulação."
Estima-se que a Cambridge Analytica tenha tido acesso aos dados de 87 milhões de utilizadores do Facebook, a maioria nos Estados Unidos. A consultora britânica poderá ter tido também acesso aos dados de 63 mil portugueses.