Nuno Pardal Ribeiro demite-se de vice-presidente da distrital de Lisboa do Chega
Os dois crimes de prostituição de menores agravados que Nuno Pardal está acusado pelo Ministério Público foram cometidos contra um rapaz de 15 anos, que conheceu no Grindr, uma aplicação usada para convívio entre homossexuais
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O dirigente do Chega Nuno Pardal Ribeiro, que foi acusado pelo Ministério Público de dois crimes de prostituição de menores agravados, demitiu-te da vice-presidência da distrital de Lisboa do partido, após renunciar ao mandato de deputado municipal.
A informação foi transmitida pela Comissão Política Distrital de Lisboa, em comunicado assinado em conjunto com o Conselho de Jurisdição Distrital de Lisboa.
"Nuno Pardal Ribeiro renunciou, já, ao seu mandato como vice-presidente desta Comissão Política Distrital, por entender não reunir condições para o efeito, pedido este que foi aceite com efeitos imediatos", lê-se na nota.
A distrital de Lisboa do Chega, presidida pelo deputado Pedro Pessanha, disse ter recebido "com profunda consternação" as "acusações de extrema gravidade" contra Nuno Pardal Ribeiro e repudiou "quaisquer atos que atentem contra os valores" defendidos pelo partido.
De acordo com o jornal Expresso, os dois crimes de prostituição de menores agravados que Nuno Pardal está acusado pelo Ministério Público foram cometidos contra um rapaz de 15 anos, que conheceu no Grindr, uma aplicação usada para convívio entre homossexuais.
"Estas alegações, a serem verdadeiras, configuram uma violação grave dos princípios éticos e legais que norteiam a nossa atuação política", indica o Chega.
A estrutura de Lisboa do partido liderado por André Ventura aponta o direito "à presunção de inocência", mas refere que "as acusações em questão são de uma natureza" que não podem ser ignoradas, "dada a responsabilidade ética e moral" que devem ter enquanto "representantes públicos".
"Moralmente, consideramos que a gravidade das alegações compromete a integridade e a confiança que os cidadãos depositam nas instituições democráticas e nos seus representantes", acrescenta a Comissão Política Distrital de Lisboa, que assinala o "compromisso com a justiça e com os princípios éticos que norteiam" a sua atuação política.
O Chega Lisboa diz ainda que vai aguardar "serenamente que o processo judicial siga o seu curso, na esperança de que a verdade prevaleça e que a justiça seja plenamente realizada".
Contactado pela Lusa, o deputado municipal do Chega confirmou a notícia de que foi acusado pelo Ministério Público de dois crimes de prostituição de menores agravados, e indicou que vai pedir renúncia ao mandato autárquico para "preservar a imagem do partido" e também para tratar da sua defesa.
Nuno Pardal Ribeiro alegou que "os factos que estão descritos, alguns, ou seja, os mais graves, não correspondem à verdade", mas recusou adiantar mais detalhes.
"Neste momento, o que menos importa é saber se eu continuarei ou não continuarei a ser militante", apontou Nuno Pardal, referindo que a sua primeira preocupação é preservar o seu núcleo familiar e "tentar demonstrar" a sua inocência.
A Direção Nacional do Chega e o líder do partido, André Ventura, mantêm-se em silêncio sobre este caso.
De acordo com procurador Manuel dos Santos, do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Cascais, citado pelo jornal Expresso, "o arguido sabia que o assistente tinha 15 anos e era sexualmente inexperiente", praticou sexo oral com o menor e, no fim, enviou um código através do MbWay para que o adolescente pudesse levantar 20 euros.
O caso terá sido denunciado à Polícia Judiciária pelos pais do menor após terem tido acesso às mensagens do WhatsApp no telemóvel do filho.
A castração química de pedófilos foi uma das bandeiras defendidas pelo Chega, proposta que apresentou mais do que uma vez desde que está representado no parlamento.
