O "bom humor" dos jovens deputados para lidar com os "preconceitos contra o PCP"
A poucas horas do arranque do XX Congresso do PCP, a TSF falou com três dos mais jovens deputados comunistas. Aos 95 anos, o partido carrega o peso da história, mas não está envelhecido, garantem.
Corpo do artigo
Começou como deputado em 2005, e hoje é líder da bancada parlamentar comunista. Mais de uma década depois, João Oliveira continua a ser visto como mais um dos deputados da "nova geração", mas, aos 37 anos, o líder do grupo parlamentar do PCP garante que a renovação do partido está em marcha.
"Felizmente já há muitos mais militantes mais novos do que nós e, felizmente, muitos mais que já são mais novos. E, isso é, obviamente, um elemento importante do rejuvenescimento dos quadros do partido e do reforço da capacidade de intervenção social e política", diz o deputado, quando questionado sobre se ainda considera natural que o incluam na "nova geração" comunista.
Em vésperas do 20º. Congresso do Partido Comunista Português, que começa esta sexta-feira, a TSF falou com três dos mais jovens deputados comunistas na Assembleia da República.
Os parlamentares admitem o peso da história, mas defendem que, ao contrário do que é afirmado por muitos críticos, há "muita energia" e "muita juventude" dentro do partido.
"Temos de ter bom humor para lidar com os preconceitos contra o PCP, senão arranjamos problemas de saúde, e não vale a pena. Neste partido arranjamos muitas alegrias e, no meu partido, conheço muitos menos jovens que têm muito mais energia que muitos jovens deste país", diz, enquanto sorri, Rita Rato.
Hoje, com 33 anos, Rita Rato é deputada há mais de sete, tendo chegado ao parlamento ainda na casa dos vinte. Defendendo que o partido também vive da "mistura de gerações", a deputada salienta que a convivência entre jovens e menos jovens significa uma segurança extra para os que desde cedo começam a falar em nome do PCP.
"Do ponto de vista da memória histórica há coisas que eu não vivi, mas eu acho que o facto de estarmos neste partido, que tem características únicas, faz com que nos sintamos bem acolhidos naquilo que é o trabalho coletivo. E, o trabalho coletivo dá-nos uma grande segurança", afirma.
Um coletivo que vale mais do que qualquer nome individual e que é, por certo, uma das marcas distintivas de um partido onde, acrescenta Diana Ferreira, deputada de 35 anos, maior responsabilidade não é sinónimo de progressão interna, mas de um acréscimo na disponibilidade em prol do PCP.
"Todos os militantes comunistas têm, naturalmente todas as condições para assumir mis tarefas e mais trabalho, porque, dentro deste partido, é isso que significa ter mais responsabilidades", vinca a deputada.