O desejo de Mortágua para 2025: "juntar vozes" e unir a esquerda para "vencer" a direita
O ano político de 2025 ficará marcado pelas eleições autárquicas, com possíveis coligações dos partidos de esquerda, desde logo, em Lisboa
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Mariana Mortágua apela à união da esquerda para combater as políticas da direita, com um Governo que “faz eco das perceções da extrema-direita” e governa para “uma pequena elite”. É o desejo da coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) para o próximo ano, de 2025, numa altura em que a esquerda tenta aliar forças para as eleições autárquicas, de olhos postos, principalmente, em Carlos Moedas e na autarquia de Lisboa.
“Resgatar” as habitações “que se perderam para o turismo”, mas também “impor” tetos às rendas e “reinventar” o Serviço Nacional de Saúde são alguns dos objetivos de Mariana Mortágua para o novo ano, revelados numa mensagem de Ano Novo, que conta com um apelo mais vasto.
Os bloquistas querem “juntar vozes” e “sair à rua quantas vezes forem precisas”, para que a oposição ao Governo se faça pelas avenidas do país e não apenas entre as quatro paredes da Assembleia da República.
“Para quem defende a democracia, 2024 foi um ano difícil. A direita fez tudo para impor o seu programa contra o trabalho, para privatizar a saúde, governou para uma pequena elite dos mais ricos. Enquanto isso, vai fazendo eco das perceções da extrema-direita para alimentar a sua campanha à custa de quem é mais frágil”, lamentou.
“União” é, no entanto, a palavra-chave de Mariana Mortágua para 2025: se no ano que agora termina o BE foi “uma oposição combativa a essa má política da direita”, no próximo ano “juntam-se forças para vencê-la”.
“Seremos comunidade contra o egoísmo, empatia contra o cinismo, e é aí que nos encontramos sempre, na defesa da vida boa para toda a gente. Em 2025, fazemo-lo juntos”, concluiu.
O ano político de 2025 ficará marcado pelas eleições autárquicas, previsivelmente, em setembro. Logo após as legislativas, a esquerda desdobrou-se em reuniões tendo em vista entendimentos, mas ainda não existe fumo branco. O PCP colocou-se de fora e em Lisboa avança com a candidatura autónoma de João Ferreira. Resta saber se o BE e o Livre juntam forças ao PS para tentar derrubar executivos liderados pelo PSD, como o de Carlos Moedas, em Lisboa.